Nunca fui fâ do Barroso e do Janot, mas sou forçado
a reconhecer que eles deram uma dentro. Estão propondo uma nova interpretação
da Constituição. O foro privilegiado deve valer apenas para o cargo e não para
a pessoa. Ou seja, apenas para atos cometidos durante o mandato e em função do
exercício do mesmo. Sou forçado a admitir que o negócio é genial. Resolve o
problema, sem desrespeitar a Constituição.
Parece que o negócio vai ser votado hoje de tarde.
Se for assim, vai ser um baita golpe contra a corrupção no nosso País. Dizem
que tem 55000 pessoas com foro privilegiado no Brasil. Se 1% deles cometessem
crimes, teríamos apenas 550 processos nos tribunais superiores. Uma coisa
perfeitamente manejável e compatível com o exercício da justiça.
Ninguém sabe ao certo quantos políticos são
criminosos no Brasil. Suspeito que a prevalência de criminalidade entre os
políticos seja no mínimo de 50%. Deve ser mais. Mas, sejamos conservadores. Se
for assim, dá no mínimo uns 27500 processos se consideramos apenas um processo
per capita. Alguns políticos chegam a ter 12 processos ou mais.
Ora, se a prevalência de criminalidade na população
em geral é muitíssimo menor do que em entre os políticos, torna-se inevitável a
questão: A criminalidade entre os políticos resulta do fato de que a) o foro
privilegiado estimula a corrupção ou b) só criminosos entram para a
política. Ou ambos?
Com o fim do foro privilegiado vamos, enfim, ficar
sabendo. O foro privilegiado tem os dias contados. Não sei exatamente quantos.
Mas é um cadáver institucional insepulto.
Aqueles ministros suspetissimos podem até não votar hoje. Nâo tô nem aí. Só pega mais mal ainda pra eles.
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