quinta-feira, 27 de abril de 2017

POR QUE A MARCHA PELA CIÊNCIA É UMA GELADA?

Comecei a minha carreira como pesquisador na seca. Quando voltei da Alemanha após o doutorado, há mais de vinte anos, era a época do FHC. O FHC ficou famoso pelo pão-durismo. Ele realmente secou todas as fontes de financiamento. Levei anos para conseguir meu primeiro financiamento de pesquisa. A situação estava osca. Mas eu entendia que aquilo tudo era necessário, para acabar com a  inflação e zerar o déficit público. Mesmo entendendo, isso me causou uma série de contratempos. Tive que me adaptar. Ao invés de desenvolver uma linha de  pesquisa mais experimental, como eu tinha planejado, me voltei para a neuropsicologia clinica. No fim deu certo.

Estou terminando minha carreira na seca. Depois dos quase quinze anos de gastança e roubança dos petralhas, a torneira secou novamente. Tenho um projeto de pesquisa aprovado há mais de ano em uma instituição de fomente e, até agora, eles não decidiram se vão desembolsar a grana ou não. Por via das dúvidas, já submeti outro projeto. A minha pesquisa vinha num crescendo de sofisticação tecnológica. Agora vou ter que me adaptar de novo. Haja plasticidade e versatilidade!

A perspectiva de fazer alguma coisa mais legal nos poucos anos que me restam antes da aposentadoria foi totalmente roubada pelos petralhas. Mas, eu entendo. Compreendo que esse é o preço que estamos pagando pela gastança desenfreada e descaso pelas contas públicas. Hoje vi que o Donald Trump diminui a carga tributária das empresas americanas de 35% para 15%. A economia americana vai subir que nem um foguete. E nós vamos continuar atolados. 

É por causa disso que eu não me entusiasmei nem um pouco pela tal Marcha pela Ciência, que ocorreu no dia 22 de abril. Eu não sabia nada sobre esse evento. Não me dei ao trabalho de me informar. Mas tinha uma intuição de que não poderia ser coisa boa. Intuição essa confirmada pelos fatos. Hoje fiquei sabendo que uma conhecida caiu na asneira de ir pra lá. Ela foi e encontrou algumas figurinhas carimbadas do PT e do PCdoB por lá. Inclusive algumas autoriddaes universitárias. Ela não deu nem meia volta. Saiu de costas mesmo, para não chamar atenção.

Coincidentemente, assisti hoje no YouTube um programa no canal Roaming Milennials. É uma moça bem articulada e conservadora, que faz comentários toda segunda-feira. No video que eu assisti ela tratava de dois assuntos, o fascismo de esquerda na Universidade de Berkeley e o fascismo de esquerda na tal March for Science.


Fiquei curioso e fui dar uma bisolhada lá no site da tal March for Science. As minhas piores expectativas foram confirmadas. Os caras são mesmo marxistas culturais, mimistas ou sei eu lá o quê. Basta dizer que uma das suas maiores preocupações é com a "diversidade" de gênero, raça etc. Procuram se articular para se defender do "hate speech". Mas ao mesmo tempo apoiam a causa do cerceamento da liberdade de expressão, como em Berkeley. Se dizem "nonpartisan", mas são opositores ferrenhos do Donald Trump. Uma bela cambada essa.

É incrível como esse rebotalho socialista tem uma capacidade quase que infinita de se infiltrar, se apossar, hegemonizar qualquer causa. Depois que o socialismo real faliu, eles se voltaram para o marxismo cultural, com o firme propósito de destruir a família e a civilização ocidental. Estão quase conseguindo. Se  adonaram também da ecologia. São os famosos melancias, verdes por fora e vermelhos por dentro.

O último bastião que eles assaltaram é a ciência. Eles não entendem nada de ciência. Só entendem de hermenêutica e métodos qualitativos, de análise do discurso e desconstrução de relações de poder. Isso passa longe da ciência. Pra mim, ciência é teste de hipóteses. O reste é nhem-nhem-nhem ou mi-mi-mi. Nem a ciência sobrou. Agora eles querem promover a "diversidade" nas disciplinas STEM (science, technology, engineering and mathematics). Espero, sinceramente, que não tenham sucesso.

Sinto-me roubado. Além de estar sem dinheiro para a pesquisa, até a ciência os caras estão me roubando. Os esquerdopatas são assim mesmo. São os ungidos que se adonam das boas causas para promover sua agenda política. Se você fica contra eles é porque é do mal. No caso, porque é contra a ciência, ou qualquer outra boa causa que eles encasquetem em dado momento de instrumentalizar.

Vou tomar um chazinho de melissa orgânica e ir pro berço.






segunda-feira, 24 de abril de 2017

TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE PÓS-MODERNISMO MAS TINHA PREGUIÇA

Como eu já contei essa história inúmeras vezes, não custa repetir. Em um dos tantos ENEMs da vida que os meus filhos fizeram para poder entrar na Universidade, caiu uma questão sobre o Panopticum de Jeremy Bentham. A resposta correta era óbvia. Bastava ter uma noção de quem foi o Michel Foucault. Infelizmente, meu filho estava a quilômetros de distância do Foucault. Não tinha a menor noção. Melhor pra ele, pensei eu. Perdeu uns pontinhos no ENEM mas não encheu sua cabecinha de bobagens. Bobagens essas que viraram a nova ortodoxia. Tanto que estão sendo perguntadas no ENEM. De tão importantes que viraram. 



Fiz o ensino médio e a faculdade na Década de 1970. Participei, ainda que perifericamente, do movimento estudantil. Eu era inconformista demais para me submeter à rígida hierarquia partidária. Também não sei dizer até que ponto eu era convertido à causa. Tanto que virei a casaca. O certo é que conheci no movimento estudantil a maioria dos caras que fundaram o PT e que depois viraram próceres da política lulo-dilmista. 

O cardápio de leitura era bem diversificado, ainda que enviesado. Minhas leituras incluiram Althusser, Barthes, Brown, Che, Deleuze, Engels, Foucault, Freud, Gramsci, Lenin, Lévi-Strauss, Mao, Marcuse, Marx, Nietzsche, Ranciere, Reich, Sartre, Saussure, Stalin etc. Não era fácil encontrar essa literatura subversiva. Tinha uma revisteria lá na Rua da Praia. Era um corredor comprido, com revistas e jornais dos dois lados. Lá no fundo ficavam os livros subversivos, como se dizia naquela época. Ou então a gente comprava o bagulho lá na Argentina. 

Chega a ser cômico, contar hoje em dia que eu gastava minha mesada, prodigalizada pelo meu pai, nessas porcarias. Só não li Lacan e Derrida. Nunca consegui entender esses dois. Na época eu achava que era burro, quando ouvia os colegas mais inteligentinhos vomitando as supostas idéias dessas bestas feras. Fui é esperto demais em desistir da leitura desses energúmenos. Hoje em dia consigo perceber claramente que não tinha nada para ser compreendido.

A virada para a direita não ocorreu de uma hora para outra. Aos poucos fui me afastando. Comecei a me envolver com a neurologia e neuropsicologia, as quais me absorveram. Apaixonei-me e a minha cara metade não curtia essas pseudo-intelectualidades. A pá de cal no socialismo foi jogada quando fui fazer o doutorado na Alemanha. Foi só lá na Alemanha que compreendi de fato a bobagem que tudo isso era e continua sendo. É incrível como as pessoas ainda perdem seu tempo com esse lixo totalitário.

Por incrível que pareça, essa turma virou o paradigma dominante. E não é só no Brasil não. Aqui nós tivemos o cinismo dos quase quinze anos lulo-dilmistas e projeto de anexar o Brasil  à Grande Pátria Socialista. Mas nos EUA é pior ainda. Não se trata mais do velho marxismo-leninismo-stalinismo-maoismo. É um marxismo diferente, transvestido de marxismo cultural ou pós-modenirsmo. Esses caras estão dominando as universidades no mundo inteiro. Aqueles radicais da Década de 60 viraram os professores efetivos dos dias atuais e dão um jeito de só contratar os seus apaniguados. Nos EUA proliferam as disciplinas de "studies" as mais abstrusas. Fico pensando assim, o cara que se forma em "queer studies" vai fazer o quê da vida? E tudo isso sustenado pelo pagador de impostos.

Nos EUA e Canadá é, em certos aspectos, muito pior do que no Brasil. Eles já passaram da época da  polícia dos costumes, evoluiram para a fase seguinte da polícia do pensamento. Por polícia dos costumes me refiro à linguagem politicamente correta, que patrulha o tipo de piadinha que se pode e não se pode fazer. O tipo de idéia que é de bom tom ou não é. A liberdade de expressão acabou há um tempo já nas universidades norte-americanas. E o Brasil está indo para o mesmo caminho. Vide o caso da Profa. Ana Caroline Campagnolo, que foi moralmente assediada por sua professora de "estudos feministas".

Mas veio uma coisa muito pior que é a polícia do pensamento. Segundo o psicólogo Jordan B. Peterson da Universidade de Toronto, algumas universidades norte-americanas estão usando o IAT para detectar atitudes racistas implícitas e prescrever o treinamento forçado em multiculturalismo. Para quem não sabe o IAT ou Implicit Association Test é um procedimento experimental para detectar atitudes implícitas. Na versão racial p. ex., é treinada uma contingência na qual um indivíduo aperta uma tecla toda vez que vê o rosto de um branco associado a um traço positivo e aperta outra tecla sempre que aparece o rosto de um negro associado a uma característica negativa. Depois de uma fase de treinamento, as contingências se invertem. O sujeito precisa então associar as características positivas com negros e as negativas com brancos. 

As pessoas demoram um pouco mais para responder quando as contigências  mudam  no IAT. Precisam reverter uma tendência que foi automatizada. O tempo de retardo após a mudança das contigências é interpretado como uma medida do nível de atitudes implícitas que o indivíduo apresenta em relação uma data associação estímulo-característica. Ou seja, é interpretado como uma medida de racismo implícito e fundamenta a prescrição forçada de algum tipo de intervenção psicológica com algum nome chique. É ou não é a polícia do pensamento? O pecado não se caracteriza apenas por obras e palavras, mas também pelos pensamentos mais recônditos.

Fico pensando no Epícteto, o escravo grego que desenvolveu o estoicismo na Roma de Nero. No Enchiridion, Epicteto desenvolveu o insight de que o senhor é dono apenas do corpo do escravo, mas não da sua vontade. No Gulag, Soljenitsin não tinha lápis e papel para registrar seu livro. Foi obrigado então a decorá-lo e registrá-lo por escrito posteriormente. Na época do Stalin funcionava como na época de Nero, a Nomenklatura controlava apenas o corpo e não a alma dos dissidentes. Isso mudou radicalmente. A Nova Nomenklatura tem o poder de controlar não apenas a vontade, mas o próprio inconsciente das pessoas. O Panopticum novoesquerdista é muito pior do que o Gulag stalinista. Os engenheiros sociais têm o poder agora de vasculhar as atitudes e os sentimentos das pessoas e condená-las pela incorreção política.

A liberdade de expressão e diversidade política estão sendo sacrificadas nas universidades do mundo inteiro em nome da diversidade sexual e do multiculturalismo. E isso está sendo feito da maneira mais descarada e, ao mesmo tempo refinada. É o tal marxismo cultural, que almeja e está conseguindo o monopólio das idéias. E se a coisa continuar assim, o monopólio também dos sentimentos.  Fico muito frustrado e irritado com essa situação. A internet e o FaceBook são a minha válvula de escape. Podem ser também a corda que me enforcará caso a Grande Pátria Socialista se concretize. 

Um dia eu estava andando pelos corredores da Faculdade com um grande amigo meu. Um historiador da psicologia e cientista de credenciais impecáveis. Topamos com uma feirinha de livros e ele foi dar uma olhada. Ficou felicíssimo ao encontrar um livro do Foucault, que ele ainda não tinha. Eu estranehri a atitude do cara e o questionei. Ele me respondeu que precisava saber o quê "o inimigo pensa". Suspeitei da alegria dele. Achei demasaida para quem deseja apenas conhecer melhor o pensamento do inimigo. Retruquei que onhecer melhor o pensamento do inimigo é estratégico. Mas haja paciência para ler esses energúmenos. O meu estômago se revira a partir dos pressupostos malucos dos quais essa gente parte. Totalmente fora da casinha.

Assim sendo, há muito que eu vinha sentindo a necessidade de reler um pouco sobre a ideologia que fundamenta o desvairio desses sectários. Mas tinha uma preguiça danada. Como disse, li quase todos autores que essa gente venera. Mas o tempo passa e a memória se esvai. Eu precisava refrescar minha memória. Mas de onde arrumar paciência para reler essa patifaria toda. Felizmente, o meu trabalho foi facilitado por alguns livros que encontrei recentemente.

O primeiro deles intitula-se Pensadores da nova esquerda e foi escrito pelo filósofo genial Roger Scruton. O Scruton é implacável. Tem um humor ferino e destrói um a um os pensadores da nova esquerda, desnudando suas contradições internas. Se bem que os tais pensadores da nova esquerda não estão nem um pouco preocupados com a lógica...


O crítico de arte e comentarista Roger Kimball escreveu dois clássicos sobre o assunto: Tenured radicals: how politics has corrupted our higher education (que eu não li ainda) e The long march: how the cultural revolution of the 1960s changed America (que é muito engraçado e tira sarro dos novo-esquerdistas norte-americanos).


Em The burden of bad ideas: how modern intellectuals misshape our society, a jornalista Heather MacDonald analisa as conseqüências práticas dessas idéias amalucadas na assistência social, educação, direito e saúde. Todas as políticas que esses caras inspiraram deram errado. E eles não desistem. Não desistem porque não são eles que sofrem as conseqüências.


O genial Thomas Sowell escreveu ao menos três livros que lidam diretamente com esse problema. O meu preferido é Inside American education: the decline, the deception, the dogmas. Inside American education é um livro de 1992 mas permanece surpreendentemente atual. De lá pra cá não mudou nada. Só piorou. A pedagogia desistiu de transmitir conhecimento para as crianças. A maioria dos professores está mais interessada em formar ativistas políticos, ou seja, em doutrinar as crianças.


Outros dois livros de Sowell são Conflict of visions: ideological origins of political struggles e The vision of the annointed: self-congratulation as a basis for social policy. Sowell contrasta a visão careta, convencional, cnoservadora e antiutópica ("constrained vision") com a visão dos ungidos (os "annointed") que é essencialmente utópica e, portanto, fora da casinha. Os ungidos são os donos da verdade e despidos de preconceito. São aquels para quem a verdade foi revelada e em função disso se arvoram no direito de consertar o mundo. Só que não são eles que pagam a conta.


A autobiografia de David Horowitz, intitulada Radical son: a generational odyssey, dá um toque pessoal à patifaria novo-esquerdista. Horowitz, um ex-novesquerdista que virou a casaca, entra nos detalhes sóridos, inclusive criminais.


Shelby Steele é um cientista político afro-americano que se ocupa do racismo e das políticas afirmativas. Seu último livro é intitulado Shame: how America's past sin have polarized our country. Steele defende a tese de que as políticas afirmativas não melhoraram em nada a vida dos negros norte-americanos. Apenas destruiram a família e criaram dependência. A família negra foi durante séculos o bastião que protegia os indivíduos das iniqüidades da escravidão. Após o fim da escravidão os negros não estavam preparados enfrentar os desafios propostos pela liberdade recém adquirida. Mesmo assim, foram prosperando. Seu nível educacional e renda foi crescendo até o início da Década de 1960 quando tiveram a maior vitória de todas: as liberdades civis. Só que embutida nas liberdades civis veio a política afirmativa, que dizimou a família e a iniciativa de uma grande parcela da população afrodescendente nos EUA.


Mas se você tem preguiça de ler toda essa literatura, a salvação é um outro livro que eu descobri mais recentemente. Intitula-se Explaining postmodernism: skepticism and socialism from Rousseau to Foucalt e foi escrito por um filósofo chamado Stephen Hicks. (Jordan Peterson fez uma video-resenha desse livro). É uma obra didática, sistemática. Ideal para quem, como eu, reconhece a importância de conhecer o pensamento desses caras que estão destruindo a Cultura Ocidental, mas tem uma preguiça danada de encarar os seus textos. Esse livro é matador.
 

Xii, eu já ia me esquecendo dos livros do Theodore Dalrymple. Eu queria falar apenas do livro do Hicks. Mas as lembranças de leituras deliciosas foram se apossando de mim. Todos os livros do Dalrymple são geniais.Vou mencionar apenas dois que lidam com a degeneração cultural: Em defesa do preconceito: a necessidade de se ter idéias preconcebidas e Nossa cultura... ou o que restou dela (veja o video: Is our society broken?). Pra ficar no caso do preconceito. Não ter preconceitos é uma contradição em termos. Não existe isso. Preconceitos são uma exigência da economia cognitiva. O que a gente pode fazer é trocar um preconceito por  outro. P. ex., na Década de 1950 havia uma preconceito contra gravidez de mulheres não-casadas e filhos ilegítimos. Esse preconceito caiu por terra. O resultado é que hoje em dia 70% das crianças negras nos EUA são educadas sem pai. O preconceito contra a ilegitimidade foi apenas substituído pelo preconceito contra a familia.



Xii de novo. Tem mais dois livros que eu gostaria de mencionar: Admirable evasions: how psychology undermines morality (não perca o video no Manhattan Instituet) de Theodore Dalrymple e One nation under therapy: how the helping culture is eroding self-reliance de Christina Hoff Sommers e Sally Satel. Ambos os livros lidam com a dissolução moral causada pelo hedonismo/narcisismo associado ao coletivismo. Se a culpa das mazelas é o patriarcado, a opressão social ou sei eu lá que outra besta fera, o individuo se exime de responsabilidade. Falta uma dosezinha de Epícteto.

O ar nas nossas universidades está irrespirável e tende a ficar mais rarefeito. Esses maníacos estão destruindo a nossa cultura. E isso já chegou ao Brasil. Os idiotas acabaram de abrir a porteira para os muçulmanos. O que podemos fazer a respeito? Acho que não tem muita escolha. Tem que estudar e botar a boca no trombone. O Roger Scruton e o Stephen Hicks dão o caminho da roça para os preguiçosos, como eu.

Abrir o berreiro é muito importante porque quebra o monopólio de pensamento esquerdista totalitário. Essa foi uma das melhores coisas que aconteceu no Brasil. As pessoas não têm mais vergonha de ser conservadoras. Sairam do armário e são felizes. Na medida em que os comunas não enchem a nossa paciência ou não nos ameaçam com golpes bolivarianos ou leis indecentes.

Viu só, dá pra lascar esses caras sem precisar lê-los. Tem coisa muito mais divertida para ler. Se bem que eu perdi meu tempo lendo essa turma há quarenta anos...







segunda-feira, 17 de abril de 2017

CONFLITOS ENTRE MINORIAS

Semana passada foi divulgado um video muito instrutivo no FaceBook. Um grupo de feministas ensandecidas resolve sair no braço com um cidadão afro-americano e o cara revida. O motivo do conflito não fica claro. Mas pode ser motivo para uma série de reflexões.


Cada minoria forma um lobby, defendendo seus interesses muito específicos. Interesses esses que freqüentemente são conflitantes. P. ex., o interesse esquerdista de promover a revolução islâmica conflita com o bem-estar das mulheres e gays nos países muçulmanos.



Quando eu via o Lula querendo agradar a todas as minorias, eu ficava pensando assim: Onde é que essa história vai acabar? Se o cara tenta agradar a todo mundo, vai desagradar a todos. Se o cara tenta agradar a todo mundo, vai abrir mão do papel do estado. Que é justamente o de moderar entre os diversos interesses, buscando uma acomodação utilitária que seja a menos pior entre interesses conflitantes. 

Outro agravante é a redução das pessoas a categoriais sociais, tais como a minoria X ou Y. Não fica claro no video qual é a causa do conflito entre o cidadão afro-americano e as feministas ensandecidas. Fico imaginando que ele deve ser um negro conservador. Ou seja, um negro como tantos outros que não se enquadra no figurino totalitario do politicamente corrento. Se for assim, aqui no Brasil ele seria chamado de feitor ou capitão do mato. 

Moral da história: a) Não dá pra reduzir as pessoas a categorias sócio-demográficas. Elas têm personae. São individualidades; b) A segregação reversa em favor das minorias não apenas prejudica a maioria silenciosa, mas às próprias minorias, desencadeando conflitos entre os interesses divergentes dessas múltiplas minorias. E o mundo contemporâneo é pródigo em minorias. Elas se multiplicam como os coelhos saindo da cartola de um mágico. Um deputado alemão conseguiu elencar mais de sessenta minorias ou identidades de gênero, considerando apenas o quesito sexualidade. Eu também faço parte de uma minoria: A minoria das pessoas bem pensantes que ainda não perdeu totalmente o juízo. Quero me associar aos meus semelhantes para defender o nosso lado também. O FB é ótimo para isso.