Segunda-feira dia 20 de março de 2017 é a data-limite
para submissão de projetos ao Edital Universal da FAPEMIG. A patroa e eu
estamos trabalhando o fim de semana inteiro na submissão das nossas respectivas
propostas. Hoje de tarde, em determinado momento vi que havia 1000
pesquisadores trabalhando on line no formulário da FAPEMIG. Achei um negócio
espantoso e fiquei pensando com os meus botões: a) Ainda bem que a minha
família é complacente com o tempo de lazer e convívio familiar desperdiçado com
trabalho. O fato de a minha patroa também ser pesquisadora certamente ajuda; b)
Nós mineiros somos uns felizardos por poder contar com a FAPEMIG, que funciona
e financia, ainda que modestamente, as nossas pesquisas; c) Depois vem o Zé
Ruela e diz que professor de universidade federal é tudo vagabundo,
improdutivo, que não faz nada. E os mil caras investindo seu fim de semana no
edital da FAPEMIG? Uma concorrência danada para poder trabalhar mais ainda. Mas
pensando melhor, o Zé Ruela não deixa de ter certa razão. As universidades
federais não dispõem de um sistema que incentive a produtividade de modo
realmente efetivo. Faz pouca diferença se você trabalha muito, apenas o mínimo
ou nada. Ao mesmo tempo, tem muito professor que confunde politicagem
esquerdista com pesquisa. Não é a toa que um número crescente de jovens
talentosos e bem preparados foge da docência e pesquisa e vai para a iniciativa
privada. Não lhes tiro a razão. Nem ao Zé Ruela. Mas enquanto isso, bora voltar
para a proposta da FAPEMIG que tem muita coisa pela frente ainda até a
conclusão do projeto.
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