Se tem uma coisa na qual não agüento mais ouvir falar é “socialismo
fabiano”. Os socialistas fabianos se vendem como aqueles socialistas do bem ou
democráticos, aqueles que não comem criancinhas. Isso é, simplesmente, um
embuste. Não existe socialista que não come criancinha.
Por que isso é assim? O socialismo é intrinsecamente do mal.
E um dos seus maiores pecados é a hubris.
A arrogância socialista decorre da utopia. O cara que tem uma utopia vira um
reformador da natureza como a Emília do livro de Monteiro Lobato. O sujeito se
convence de que é o dono da verdade, monopolizando adicionalmente os bons
sentimentos e a virtude. O socialista faz parte da quadrilha dos ungidos, dos
quais falava Thomas Sowell, e o resto todo não passa de escumalha fascista.
Como se evolui do monopólio da verdade e da virtude para o
totalitarismo e o genocídio? Muito facilmente. Sempre que se tenta realizar a
utopia surgem, sabe-se lá de onde, os descontentes. Os descontentes são inevitáveis
e renitentes. A melhor utopia fatalmente acabará desagradando a alguns. Os
quais se oporão à sua realização.
Surge então o problema: O que fazer com os descontentes? É
aí que aparece a diferença entre os marxistas e os supostos fabianos. Os
marxistas não se pejam de usar a força. Os kulaks
devem ser fuzilados ou mortos de fome. Tanto faz. Os inimigos do socialismo são
a escória da Humanindade, os que se opõem à vanguarda do proletariado. Precisam
e merecem ser eliminados a qualquer custo.
Os tais fabianos são mais sutis. Eles se dizem democráticos
na medida em que não usam da violência explítica. Preferem a luta ideológica,
inspiram-se em Antonio Gramsci e no marxismo cultural. A idéia é ir comendo o
pirão pela borda. Se infiltram pelos aparelhos estatais e ideológicos. E quando
acordamos, tomaram conta. Corroem as instituições por dentro: a família, a
Presidência da República, o Legislativo, o Judiciário, a imprensa ou mídia como
eles gostam de falar. Enfim, quase tudo a não ser alguns bolsões recalcitrantes
de fascistas.
Os fabianos rejeitam a violência – ao menos física. O seu
modo de lidar com os recalcitrantes é mais sutil. Recorrem ao groupthinking, ao
patrulhamento ideológico, à ideologia do politicamente correto. Quem não
concorda com eles é imediatamente categorizado como reacionário, virando alvo
de uma série de xingamentos que não vale a pena lembrar aqui. As pessoas ficam
então com medo e silenciam.
Alguns cínicos, chegam mesmo a adotar a retórica socialista.
Inclusive para defender os seus interesses mais vis. Quando algum funcionário
público, quer seja na Universidade ou em outra instância burocrática qualquer
declara que está interessado em promover a “diversidade”, a “igualdade”, a “justiça
social” ou a “solidariedade”, eu me arrepio. Fico pensando assim: Qual é o
interesse escuso ou filhadaputice que esse camarada está querendo promover?
A diferença entre os marxistas e os fabianos é, então,
apenas de métodos. A hubris e os
objetivos são os mesmos. Ocorre apenas que uns são violentos e outros pacíficos, não comem criancinhas. Ao
contrário do marxista arrependido, o socialista fabiano é aquele não não ousa
dizer seu nome. Aquele que não renegou seu berço, mas se disfarça para
engambelar os incautos.
Os fabianos só não comem criancinha enquanto a farra distributivista
dura. A partir do momento em que a economia vai pro brejo – e a economia sempre
vai pro brejo sob o socialismo – eles se confrontam com o dilema: comer ou não
comer criancinhas, matar ou não matar os kulaks
e os ucranianos à míngua? A resposta fica então ao encargo da consciência dos
dirigentes.
É aqui que volta a Emília. Enquanto Pedrinho, Narizinho, o
Visconde de Sabugosa, a Tia Nastácia e Dona Benta foram à Europa – parece a comitiva da Janete -
tratar da governança global logo após a Segunda Guerra Mundial, a Emília ficou
no Sítio do Pica-Pau Amarelo e tratou de reformar a Natureza.
Como a primeira reforma da Emília não funcionasse, ela foi
obrigada a fazer a segunda, desta vez com ajuda do Visconde. A qual também não
funcionou e assim por diante... Com o socialismo e com todas as utopias é
assim: não funcionam. Várias tentativas foram feitas durante a Revolução
Francesa. Não funcionou. Depois vieram Rússia, China, Albânia, Coréia do Norte,
Argélia, Cuba, Vietnam, Angola, Moçambique, Chile, Nicarágua etc. A sucessão de
tentativas fracassadas é enorme. Não dá pra lembrar de todas.
Aí surgiu a distinção entre socialismo real e socialismo
ideal. Segundo essa proposta, o socialismo ideal seria bacana. O problema
residiria no socialismo real. Ou seja, nas tentativas que fracassaram por
motivos históricos, contingenciais. Haja contigências para explicar o fracasso
do ideal em dezenas de tentativas! Se a idéia em si é tão boa por que fracassou
todas as vezes em que se tentou implementá-la?
Socialismo fabiano é apenas um disfarce usado pelos peessedebistas
para esconder sua verdadeira natureza esquerdista, estatizante e monopolista da
economia e da opinião. Nisso eles não são diferentes dos Petralhas.
Querem a prova? Ficamos sabendo agora que os “socialistas fabianos” do PSDB estão negociando a formação de uma quadrilha com os Petralhas. A Lava Jato é o inimigo maior comum que, finalmente, fará as forças
de esquerda do Brasil se unirem em prol do seu objetivo de nos escravizar
definitivamente. Uma amiga minha falou assim: "Só manda quem anda em quadrilha". Em conluio eles colocarão a pá de cal na sepultura da
democracia no Brasil. Será o novo AI-5, que perpetuará a quadrilha no poder?
Acho que está na hora de chamar a Emília para reformar a política brasileira.
Se não der certo, isso será causado por
algum contingência e sempre poderemos tentar de novo.
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