O debate político está acirradíssimo no mundo inteiro. Militantes
politicamente corretos agridem palestrantes politicamente incorretos nas
universidades americanas. Pesquisadores politicamente incorretos não têm vez na
academia. Alunos evangélicos são hostilizados nas universidades. Amizades são
desfeitas no FaceBook e outras redes sociais em função de desavenças políticas.
As bases moral-psicológicas e neuroevolucionárias do partidarismo político
foram recentemente discutidas em um artigo que pode ser acessado gratuitamente
na internet (Haase & Starling-Alves, 2017). Nesse texto vou retomar algumas das questões discutidas no artigo mencionada e aprofundar a discussão das mesmas. Basicamente, procurarei identificar modelos neurocognitivos que nos ajudem a compreender os motivos morais subjacentes às diferenças político-partidárias.
Obs. Esse texto vai subsidiar minha apresentação sobre a psicologia moral e as bases neuroevolucionárias do partidarismo político no Brain 2017 - World Congress of Brain, Behavior, and Emotion, em Porto Alegre, no dia 15 de junho.
Segundo Haidt (2012), a origem da polarização política pode estar relacionada
a emoções morais. As evidências científicas contemporâneas sã compatíveis com um
modelo denominado de intuicionismo moral. Primeiro as pessoas reagem
emocionalmente a estímulos eventos moralmente carregados e depois procuram
justificar racionalmente suas decisões.
O intuicionismo moral de se baseia no trabalho de diversos
pesquisadores, tais como António Damasio (1995), o qual descobriu que os
déficits na tomada de decisão moral de pacientes com lesões prefrontais
ventromedial se devem à falta de intuição quanto às conseqüências das suas
ações. Essas intuições morais ou representação do valor hedônico associado aos
desfechos decisórios depende de estímulos viscerais, os quais não são
conscientemente percebidos pelo indivíduo, mas são integrados no nível do
córtex prefrontal e influenciam o processo de tomada de decisão.
Haidt, Koller e Dias (1994) demonstraram que, frente a situações moralmente
carregadas, as pessoas primeiro reagem emocionalmente e depois tentam
racionalizar suas opções. Haidt e colaboradores utilizaram-se de vinhetas
descrevendo situações envolvendo violações de alguns princípios morais,
principalmente de pureza e respeito à autoridade, os quais eram inócuos do
ponto de vista utilitarista. Ou seja, não ocorriam prejuízos a nenhuma das
partes envolvidas. Mesmo assim, os eventos narradas desencadevam fortes
sentimentos de repulsa moral. Instados a justificar seus juízos morais, os
indivíduos demonstravam perplexidade e tentativam racionalizar suas opções.
O déficit na intuição quanto às conseqüências hedônicas das
decisões morais leva os pacientes com lesões no córtex prefrontal ventromedial a
endossarem soluções utilitaristas para problemas emocional e moralmente
carregados similares à queles investigados por Haidt e cols. (Koenig et al.,
2007). Estudos com métodos de neuroimagem funcional corroboraram essa hipótese
de que primeiro as pessoas reagem emocionalmente a essas situações
emocionalmente carregadas, seguindo-se as tentativas racionais de justificação
das decisões morais (Greene, 2013). As reações emocionais se associam à
ativação de estruturas límbicas córtico-subcorticais mediais e as tentativas de
racionalização à ativação do córtex prefrontal dorsolateral, uma área
tradicionalmente envolvida com o pensamento dedutivo racional.
As pesquisas antropológicas de Richard Shweder (vide Shweder et
al., 2008) sugerem que a moralidade humana deriva de uma meia dúzia de motivos
emocionais, os quais constituem universais culturais. O repertório básico de
motivos morais é o mesmo. As diferenças culturais se devem aos pesos distintos
atribuídos a cada motivo.
O repertório de motivos morais compreende o cuidado ou caridade,
a lealdade, a liberdade, a justiça, a
autoridade e a pureza. As sociedades tecnologicamente mais avançadas e
individualistas acentuam motivos morais relacionados com a liberdade e a
justiça. Por outro lado, sociedades mais trandicionais e coletivistas enfatizam
motivos morais relacionados à autoridade, lealdade e pureza (Haidt, 2012,
Shweder et al., 2008).
Cada um desses motivos morais se fundamenta em sistemas neurocognitivos
distintos, os quais constituem mecanismos adaptativos estáveis na espécie
humana. P. ex., os motivos de cuidado e lealdade se fundamentam no sistema de afiliação,
o qual evoluiu adaptivamente para o cuidado da prole e para a formação e
manutenção de coalizaões entre os membros de uma mesma espécie (Lieberman,
2013). O sistema afiliativo é integrado tanto em nível subcortical (regulação
hipotalâmica do comportamento reprodutivo) quanto em nível cortical (sistema de
leitura das mentes alheias).
O dilema do prisioneiro é um modelo oriundo da teoria dos jogos
que permite compreender os mecanismos implicados no mecanismo moral de
lealdade. No dilema do prisioneiro os participantes se defrontam com uma
situação na qual eles se beneficiam se forem leais um ao outro. Porém, caso um
dos participantes resolva trair, o outro fica muito prejudicado. As pesquisas
mostram que em episódicos únicos do jogo e com participantes desconhecidos, a
tendência é optar pela estratégia de traição. Por outro lado, jogos iterativos
com participantes conhecidos permitem a evolução de estratégias cooperativas
para manejar a situação. Os estudos de neuroimagem funcional mostram padrões complexos
de ativação em situação de dilema do prisioneiro (Rilling et al., 2008). De um
modo geral, as reações à defecção se associam a ativação de estruturas
córtico-subcorticais ventrais, tais como a amígdala e a ínsula. As estratégias
cooperativas desencadeiam ativações de estruturas corticais dorsais, tais como
o córtex prefrontal dorsolateral.
O motivo moral associado à pureza e santidade deriva da emoção
primária de nojo ou repulsa a alimentos potencialmente contaminados. Ao se
converter em contaminação moral, determinados comportamentos e atitudes desencadeiam
reações similares àquelas eliciadas por alimentos putrefatos ou venenosos.
Estudos neuropsicológicos indicam que o córtex insular pode desmpenhar um papel
importante no desencadeamento das reações de nojo (Vicario et al., 2017).
A organização hierárquica é uma característica social importantíssima
de todos os primatas, a qual cumpre importante função estabilizadora do grupo. As bases neurobiológicas da hierarquia social
envolvem mecanismos complexos de dominância e submissão implementados por
sistemas hormonais e por múltiplos circuitos no prosencéfalo basal (Watanabi
& Yamammoto, 2015). Sapolsky (2005) distinguiu dois padrões de hierarquia
em primatas. A hierarquia pode se basear da dominância física, como
exemplificado por babuínos. Nesse caso, os níveis de estresse são mais altos no
animal dominante, uma vez que sua posição está sendo constantemente ameaçada
por rivais em potencial. A organização sócio-sexual dos chimpanzés constitui um
modelo de hierarquia fundamentada na política. Como um macho sozinho não consegue
subjugar um bando de cerca de 20 indivíduos ou, formam-se alianças entre machos
aparentados os quais subjugam os demais membros do grupo. No caso da hierarquia
política os níveis de estrese são mais altos
no indivíduos subalternos. Na espécie humana a organização hierárquica é
sócio-política. Isso se reflete em maiores níveis de estresse e pior saúde física
e mental em indivíduos das classes sociais mais baixas (Sapolsky, 2005).
Um modelo da teoria dos jogos pode ser usado também para
compreender situações que violam os princípios da liberdade e da justiça. No
Ultimatum Game um indíviduo recebe uma quantia de dinheiro para repartir entre
ele e outro participante. A condição é que a oferta seja aceita pelo outro participante.
Se a proposta for muito desigual, ou seja, menor do que 30% a 40%, a mesma
tende a ser rejeitada em todas as culturas humanas (Henrich et al., 2006). O
jogo do Ultimatum Game também se associa a padrões complexos de ativação em
estruturais corticais e subcorticais ventrais e dorsais (Rilling et al., 2008).
O conceito de liberdade se fundamenta na noção de livre arbítrio
decisório. Ou seja, na noção de que os humanos são agentes do seu destino e
senhores da sua vontade. Violações do princípio da liberdade desencadeiam
sentimentos de raiva, revolta e ressentimento. O conceito de livre arbítrio tem
uma função adaptativa perceptível, constituindo a base jurídica da organização
social. Estudos neurocientíficos recentes indicam, entretanto, que a noção de
livre arbítrio pode resultar de truques que o nosso cérebro nos prega. Libet
(2002) se notabilizou por um paradigma experimental
no qual um participante deve deve mover um dedo ao mesmo tempo em que registra
mentalmente através de um ponteiro de relógio visível o momento exato em que “toma
a decisão” de movê-lo. O achado paradoxal consiste no fato de que um potencial
de prontidão, um indicador
neurofisiológico do processo decisório, começa a se formar alguns milissegundos
antes de que a pessoa tenha consciência da sua decisão. O processo decisório
envolve uma integração de circuitos reentrantes entre o córtex parietal e
prefrontal dorsolateral, os quais a qual é gradualmente construída no tempo antes
de acessar a consciência.
Depois desse longo preâmbulo, chego finalmente às bases
moral-psicológicas do partidarismo político. Haidt e colaboradores (Graham et
al., 2009, Haidt, 2012, Iyer et al., 2015) descobriram que as diferenças quanto
às preferências partidárias provavelmente se baseiam em traços de personalidade
que levam os indivíduos a atribuírem pesos distintos aos diferentes motivos
morais.
As pessoas de esquerda tendem a enfatizar os motivos morais
relacionados ao cuidado e à justiça entendida como igualdade de resultados (Graham
et al., 2009). As pessoas de direita endossam uma paleta moral mais
diversificada e equilibrada entre os diversos motivos morais, incluindo liberdade,
justiça como igualdade de oportunidades, autoridade, lealdade e pureza.
Os conceitos de justiça e de liberdade são divisores de água
políticos. Enquanto os esquerdistas priorizam a justiça como igualdade de
resultados, os direitistas endossam enfatizam a justiça como igualdade de
oportunidades. As diferentes posições políticas diferem também quanto ao
conceito de liberdade (Berlin, 2002). A esquerda preconiza o conceito de
liberdade como direitos humanos. Já os direitistas enfatizam o conceito de
liberdade como autonomia ou ausência de interferência.
Mais recentemente tem crescido de importância uma posição política
denominada de libertarianismo. A doutrina libertária deriva do liberalismo econômico
clássico e da noção de auto-organização social e econômica. Segundo essa
perspectiva, os mecanismos de auto-organização funcionam como se fossem uma mão
invisível que equilibra os diferentes interesses humanos. Em função desses pressupostos
os libertários colocam como prioridade absoluta o conceito de liberdade como
autonomia (Iyer et al, 2015). Comparativamente aos esquerdistas, os libertários
são menos empáticos. Comparativamente aos direitistas, os esquerdistas e
libertários demonstram menor consideração pela autoridade e tradição e maior abertura
às novas experiências. Como mencionado anteriormente, os direitistas endossam
uma paleta moral mais equilibrada, que
não se restringe aos motivos de liberdade e justiça, mas inclui também a
pureza, a autoridade, a lealdade e o cuidado (Haidt, 2012).
A fundamentação das escolhas políticas em motivos morais
emocionalmente carregados pode explicar o fato de que o partidarismo político é
tão exarcebado. Segundo Haidt (2012), as emoções morais agregam e cegam. Ou
seja, ao mesmo tempo que os motivos morais contribuem para aumentar a coesão em
um determinado grupo social, os mesmos se tornam virtualmente impossibilitados
de apreender as perspectivas alternativas.
O fanatismo político pode ser explicado pel auto-engano, uma
estratégia social evolutivamente estável em humanos (von Hippel & Trivers,
2011). A evolução social humana envolve uma verdadeira corrida armamentista
sócio-cognitiva envolvendo mecanismos cooperativos e competitivos (Geary,
2005). Grupos sociais socialmente coesos e cooperativos tendem a se sobrepor
sobre grupos menos cooperativos. Ao mesmo tempo, mecanismos competitivos são
adaptativos em interações antagônicas entre coalizões rivais.
A hipótese do auto-engano se baseia na constatação de que a
tentação de enganar o próximo é muito grande nas interações sociais. A essa
prática se contrapõem mecanismos de detecção de trapaça. Isso criou uma
verdadeira corrida armamentista. À medida que evoluíram mecanismos cada vez
mais sofisticados de detecção de trapaça, surgiu a necessidade de mecanismos
mentais que se contrapusessem aos mesmos (von Hippel & Trivers, 2011). A
mentira é custosa do ponto de vista cognitivo e emocional. A mentira exige que
o indivíduo mantenha e processe simultaneamente duas versões de um mesmo evento,
a verídica e a falsa. Ao mesmo tempo, o indíviduo precisa suprimir reações
emocionais e viscerais involuntárias que possam trair seu engodo.
von Hippel e Trivers (2011) propuseram que o auto-engano cumpre
uma importante função adaptativa em uma espécie social cujo comportamento se
baseia em um jogo sutil entre engodo e detecção de trapaça. Uma falsa crença
aumenta a eficiência do engodo, uma vez que reduz a sobrecarga emocional e
cognitiva, além de diminuir a chance de desmascaramento. Mente melhor, quem
mente com convicção. A estratégia evolutivamente estável de auto-engano pode
então ser considerada como a raiz dos mecanismos psicológicos inconscientes.
Uma função adaptativa adicional do auto-engano é cumprida pelas ilusões positivas.
Ou seja, pela crença na própria capacidade, na natureza benevolente do mundo e
no otimismo quanto ao futuro. A perda das ilusões positivas, sob a forma de
realismo pessimista, é uma das principais características da depressão.
As principais evidências quanto aos mecanismos neurais envolvidos
no auto-engano vêm de síndromes neuropsicológicas nas quais o indivíduo apresenta
dificuldade para reconhecer suas próprias emoções bem como dificuldades de
memória, ou déficits físicos ou cognitivos (Hirstein, 2005, Lane et al., 2015).
Nessas condições clinicas, a pessoa não percebe algum aspecto importante da
realidade, nega essa dificuldade e tende a confabular. As estruturas neurais
implicadas são o córtex prefrontal ventromedial (Hirstein, 2015) e a rede
default de atividade cerebral responsável pela introspecção e cognição social
(Lane et al., 2015).
Um dos casos mais interessantes de auto-engano é representado pelo
conto do vigário. Os vigaristas tais como Macunaíma, Pedro Malasartes, Till
Eulenspiegel, Lazarillo de Tormes etc. são personagens clássicas da literatura
universal. A dinâmica do conto do vigário funciona assim: um indivíduo que se
julga esperto aceita uma oferta tentadora sendo logrado por outro que é mais esperto
ainda. Pacientes com lesões do córtex prefrontal ventromedial são especialmente
susceptíveis ao conto do vigário (Damásio, 1995).
É preciso ressaltar que os exemplos mencionados não implicam que
as pessoas que se auto-enganam apresentem algum tipo de lesão cerebral. Ao
mesmo tempo que existem síndromes neuropsicológicas cujo sintoma principal é o
auto-engano, também devem existir variantes de jardim do auto-engano. Ou seja,
auto-engano causado por padrões distintos de ativação cerebral porém dentro da
variabilidade normal, os quais caracterizam os traços de personalidade (Whittle
et al., 2006).
O extremismo político e o populismo podem ser considerados casos
ilustrativos de auto-engano. A pessoa que subscreve ardentemente uma determinada
posição política, considera-se ungida pelo bem e pela racionalidade. Tudo é
permitido por uma causa que promove o bem da Humanidade (Trotsky, 1973). O
populismo funciona assim: Uma população carente por um líder populista que
oferece mundos e fundos. Isso somente ocorre porqaue as pessoas não conseguem
perceber que não existe almoço grátis (Friedman & Friedman, 1980). Ou seja,
que tudo o que é produzido exige esforço e perseverança.
As diferenças de posicionamento político podem ser analisadas em
função de uma meia dúzia de emoções ou intuições morais que causam divergências
entre os diversos partidos. Os principais pomos da discórdia são as noções de
igualdade, liberdade, cuidado, lealdade, autoridade e pureza. Só para dar um
exemplo. Enquanto esquerdistas valorizam sobremaneira a igualdade e o cuidado,
conservadores distribuem seus valores morais de forma mais equilibrada entre os
diversos motivos. O debate político não tem fim. Nâo tem vencedores e não tem
vencidos. Nâo pode ser resolvido em termos racionais porque não se fundamenta
na lógica e na evidência, mas sim em diferentes concepções éticas. Essas
diferenças são acentuadas pelo mecanismo de auto-engano. O auto-engano é uma
estratégia evolutiva poderosa que permite formas mais eficazes de manipulação
social. A mentira só obtém êxito quando o mentiroso se convence de que é a alma
mais pura do universo.
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