segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

O AMIGO DE FACEBOOK, ESSE DESCONHECIDO

Tem gente que fica o tempo todo se queixando do FaceBook (FB), mas não sai do FB. O povo fala que o FB é pura perda de tempo, que só tem abobrinha, que as pessoas só mostram o seu lado bom, o seu sorriso, a sua felicidade conjugal, o seu consumo conspícuo, as suas férias maravilhosas no exterior etc. Discordo radicalmente. Por mais que eu tente, não consigo botar defeito no FB. O FB acabou virando a minha principal fonte de informação e entretenimento.

A TV foi perdendo o atrativo para mim quando surgiram os blogs de política, numa época em que se era obrigado a ouvir diariamente o Lula ou a Dilma falando alguma asneira. Quando apareceu, o FB matou a pau. Combina textos com fotos e vídeos. Substitui com vantagens todas as outras mídias. Basicamente porque o usuário tem controle. Pode ler ou assistir apenas o que lhe interessa. Pode deixar de seguir ou bloquear quem o perturbe.

Para o Brasil, o maior ganho propiciado pelo FB foi o surgimento de uma verdadeira opinião pública. Uma opinião pública dividida, é claro, mas uma opinião como não se via antes. De um lado os petralhas, do outro nós coxinhas. Essa divisão não ocorre apenas no Brasil. Em outros países, como os EUA, pode até ser pior.

Só vejo benefícios nesse abismo político que se criou entre coxinhas e petralhas. Antes eu era obrigado a ficar ouvindo os petralhas falando as maiores barbaridades e precisava ficar calado, fazendo de conta que as asneiras que eles diziam eram normais. Isso acontecia em reuniões familiares, entre “amigos”, na universidade etc. Havia um monopólio esquerdista da opinião e quem ousasse contestá-lo era imediatamente acusado e sumariamente julgado e condenado por lesa-humanidade.

Tudo isso mudou, graças ao FB. No FB, os conservadores encontraram sua turma. Descobrimos que somos muito, que somos a maioria e que não somos obrigados a ficar tolerando em silencio as barbaridades dos descolados que se julgam os ungidos, os detentores da felicidade humana. Os conservadores se reconhecem no FB, como boi preto conhece boi preto, no sábio dizer de Clodovil.

E é bom que assim seja. Como as pessoas precisam conviver, apesar das suas divergências políticas, lá pelas tantas elas vão acabar encontrando alguma acomodação. Mas uma acomodação de fato, com concessões de lado a lado. E não aquela situação prévia na qual os esquerdistas detinham o monopólio da opinião e nós conservadores éramos obrigados a ficar escondidinhos no armário. O FB nos permitiu sair do armário, confessar nossa verdadeira natureza. E, surpresa, supresa, acabamos gostando do que vimos nos espelhos que uns e outros nos fornecem.

Não fosse o acirramento dos ânimos políicos ocorrido nos últimos anos e exacerbado pelo FB, nós conservadores iriamos continuar por quanto tempo abaixando a cabeça e fazendo de conta que não professamos os valores que professamos? Nos comportando como se nossos valores fossem uma coisa criminosa, anti-humana?

Mas esse preâmbulo todo foi só para contextualizar o meu tema atual, que são os efeitos pessoais do FB. Também nesse quesito o FB está sendo ótimo. O FB permite que retomemos contatos com amigos de priscas eras, com pessoas cujo contato havíamos perdido. Isso é extremamente reconfortamento para uma pessoa como eu. Uma rês tresmalhada, que se desgarrou do pago há décadas.

Através do FB retomei o contato com inúmeros amigos da minha infância e juventude. E é impressionante o efeito que esse contato exerce. Em alguns casos, aquela velha amizade se reacende. Em outros casos se acende uma amizade previamente insuspeita. Finalmente, ocorre também a decepção de ver que tomamos rumos diversos de velhos e caríssimos amigos. O que fazer? É da vida. Sempre tem o recurso de deixar de seguir ou, até mesmo, de desfazer a amizade.

Uma antiga colega me perguntou, por exemplo, o que tinha acontecido comigo. Eu que na Década de 1970 militava no movimento estudantil e lutava contra a censura, pelas eleições diretas, pela liberdade sexual etc. e todas as outras causas que moviam os jovens do meu tempo.

Comentei com a minha esposa e ela me falou assim: “Diga pra moça que o que mudou foi tempo”. De fato, amadureci. O tempo passou. Continuo fiel às mesmas causas democráticas. Mas perdi as ilusões com o socialismo e outros projetos de reforma do mundo. Os quais sempre acabam em totalitarismo quando não em genocídio.

Mas, se a perda de muitos velhos “amigos” é triste, ela é por demais compensada pelo reconhecimento de novos amigos. Os tais amigos de FB, esses desconhecidos que passam a fazer parte da nossa vida. Caras que não conhecemos pessoalmente, mas que de tanto compartilhar experiências acabam se incorporando à nossa vida.



Mesmo que à distância. Mas com um custo de oportunidade muito baixo. Essa, aliás, é outra vantagem do FB. Dá para interagir com os amigos a um custo mínimo, quer seja em esforço físico ou desgaste emocional. O amigo está de aniversário, manda-se parabéns. Morreu a sogra, expressa-se o nosso pesar. O amigo publicou um artigo, merece uma curtida etc. Tudo isso sem precisar sair da cama...

A coisa funciona assim: Um amigo compartilha um comentário de uma pessoa da sua rede de relacionamento. Acho o comentário inteligente ou engraçado. Entro na página do cara para  conferir e, se gosto do que vejo, peço amizade.

Assim conheci muita gente legal através do FB. Gente pobre, rica, jovem, velha, saudável, doente, inteligente  ou menos inteligente etc. Uma coisa, entretanto, é essencial, o humor. Sem humor não dá. Não tenho amigos mal-humorados, nem no FB.

De tanto compartilhar as experiências, ler as piadas ou os textos acaba-se conhecendo a pessoa. Quando acontece alguma coisa, fico pensando o quê o fulano vai dizer no FB, como ele vai reagir. Ora, o que me interessa a opinião do fulano, uma pessoa que mora lá do outro lado do País ou do Mundo e que nunca vi mais gordo na minha frente? Quando eu tenho essa experiência, adquiro confiança de que trata-se de um amigo, um amigo de FB, mas um amigo. Pode realmente ser alguém que eu nunca venha a encontrar. Mas é alguém com quem estou compartilhando experiências e me informando.

Os maldizentes asseveram que no FB as pessoas são falsas, que só exibem o seu melhor lado, que só contam vantagem, que são superficiais etc. Nada mais falso. O FB é como se fosse um grande consultório. Quanto mais as pessoas tentam se esconder, mais elas revelam. Também não é verdade que as pessoas só exibam seu lado cor de rosa. Dá pra saber direitinho quem é ansioso, deprimido ou anti-social. Por vezes fico constrangido ao ver o quanto as pessoas se revelam. Mas, o que fazer? Também é da vida.

O Vinicius de Morais dizia que a gente não faz amigos, reconhece-os. Nada mais verdadeiro. Algumas pessoas na nossa rede de relações no FB são amigas justamente porque são reconhecidas como tais. E são reconhecidas assim pelo que revelam a seu respeito. Por fazer vibrar uma corda que também existe na nossa alma.

Com isso chego ao fim dessa minha peroração. Só queria homenagear os amigos do FB. Esses desconhecidos com os quais interagimos, com quem nos consolamos, divertimos e aprendemos e por quem acabamos nos importando. Ainda que à distância. Apesar de que, na maioria dos casos, seja bastante improvável que venhamos a nos encontrar. Ou quem sabe, justamente por causa disso. Os amigos de FB enriquecem a nossa experiência humana. Ampliam nossa network a um custo muito baixo de oportunidade.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

TARZAN BANDOLO: Ser subversivo duas vezes na vida é só pra quem pode


Eu nunca tinha sacado esse cara, Scott Adams, autor das tirinhas Dilbert. Fiquei fã dele. Em seu blog, ele matou duas cretinices esquerdistas com uma cajadada só.


Chamar o Trump de nazista e de Hitler é a mais nova manifestação de calhordice intelectual da esquerda. O tal Adams descolou no seu blog um artigo muito bacana sobre esse assunto, escrito por um jovem chamado Regie,


Desconvidar conservadores para falar nos campi americanos é a moda da temporada. A Universidade de Berkeley se ferrou. Adams era o seu maior doador privado e secou a fonta por causa das agressões ao Milo Yannopoulos.



O Trump já falou que a fonte federal de verbas para Berkeley vai secar atambém. Talvez o Trump seja nazista mesmo, afinal de contes. A linguagem do dinheiro é a única que os comunistas conhecem.

Em outro post que li hoje confirmei uma suspeita que eu já tinha: O esquerdismo virou uma ortodoxia rígida e carcomida. Segundo o Rodrigo Constantino, o conservadorismo é a nova contracultura.


Olhei para trás e pensei assim: Minha vida está sendo muito divertida mesmo. Estou tendo oportunidade de ser subversivo duas vezes; Fui subversivo na época do Regiem Militar, quando eu era um inocente útil do marxismo cultural. Sou subversivo hoje aos sessenta anos por por ser um neoconvertido assumdio ao conservadorismo. Ser heterodoxo hoje em dia é punido de forma muito mais severa do que os milicos jamais sonharam. Exige muita coragem, portanto. Bato no peito e grito: "Tarazan bandolo!". Sou um gorilão conservador e incomodo mais hoje do que incomodava há 40 anos.