A vida é muito engraçada mesmo. Eu estava
justamente falando sobre o conto do vigário hoje. Estava dizendo que o conto do
vigário é passado nos otários espertos. As vítimas do conto do vigário são
justamente aqueles que se julgam espertos e querem tirar algum tipo de vantagem
com pouco esforço.
Há uns poucos dias eu recebi um email não
solicitado de uma tal WANA – Worldwide Association of Notable Alumni. A mensagem dizia que
eu estava sendo convidado para fazer parte de uma associação de ex-alunos
notáveis da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
O bobo aqui caiu na história. Eu respondi pros
caras e hoje recebi um telefonema. Uma dona toda pomposa me ligou dizendo que
queria fazer uma entrevista comigo para ver se eu preenchia os pré-requisitos
para entrar em uma associação de tão notáveis pesquisadores.
Ela me fez uma série de perguntas sobre a minha
formação, minha carreira, minhas linhas de pesquisa, meus planos e meu
interesse em entrar para essa tal associação. Eu respondi tudo como se fosse
coisa séria. Achei que tinha virado importante.
No final ela me falou que a minha candidatura tinha
boas chances, mas que a decisão era do board. E que para pertencer ao negócio
eu teria que pagar uma taxa de quatrocentos dólares por quatro anos ou
trezentos dólares por três anos.
Eu falei pra ela então que, se precisasse pagar eu
não estaria interessado. Daí ela me disse que no meu caso daria pra fazer por
noventa e nove dólares por um ano. Como eu falei que nem assim tinha interesse, ela me
disse bye bye.
Fui então fazer o que deveria ter feito antes: O
troço é um golpe. Os caras são refinados. Eles conhecem o mundo
acadêmico direitinho. Ou pelo menos sabem principal: A vaidade move a academia
e seus personagens. Vou continuar mexendo com o ResearchGate,
que é honesto e de graça.
Take home message: Não são apenas os espertos que
caem no conto do vigário, os vaidosos também.
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