domingo, 14 de outubro de 2018

PAREM O MUNDO, QUE O BRASIL QUER VOTAR NO BOLSONARO

A opinião pública brasileira está tão envolvida com a eleição do Bolsonaro, que tudo o mais virou secundário. Ninguém se interessa pelo que está acontecendo no mundo. Outro dia alguém fez um comentário muito interessante no FaceBook. Em um grupo de amigos ou parentes, quando a rivalidade política esquenta demais e corre o risco de ultrapassar o limite, o melhor é desviar a atenção para o noticiário internacional. Como ninguém está acompanhando nada do que acontece lá fora, a conversa logo toma o rumo do futebol.

Eu tenho feito um esforço para não focar excessivamente minha atenção na política nacional. Continuo visitando os meus blogs internacionais prediletos. Acho que estou conseguindo acompanhar grande parte do que está acontecendo lá fora.

Hoje li um artigo do Theodore Dalrymple, de algumas semanas atrás. A discussão é sobre aquele episódio de um islamita que matou a família em um subúrbio de Paris há um tempo atrás. O ISIS assume qualquer atentado como seu. Então não dá pra saber. As autoridades disseram que o negócio não tinha nada a ver com terrorismo. Engraçado como eles sabem, né. Disseram que o cara era louco.

O Dalrymple desmonta essa argumentação. Um cara que mata a família não pode ser psiquiatricamente normal. Mas qualquer cara que se envolve em um atentado também não pode regular bem da caçuleta. O que o Islamismo faz é fornecer o conteúdo da fantasia do louquinho. O Dalrymple fez uma frase genial:

"When nineteenth-century men believed they were persecuted by machines, they were persecuted in their imaginations by nineteenth-, not eighteenth- or twentieth-century machines".

Agora vamos trazer essa discussão para o Brasil. Quem contratou o esfaqueador do Jair? Essa é a pergunta que não quer calar, Mas que, ao mesmo tempo entrou em segundo plano nas últimas semanas.




Muito se discutiu se o cara é louco ou não. Pouco interessa. Bem sãozinho nunca pode ser alguém que tenta esfaquear outra pessoa premeditadamente. 

No mínimo alguém forneceu a infra-estrutura material que lhe permitiu perpetrar o atentado. Alguém lhe forneceu e reforçou o conteúdo das fantasias levaram-no a atentar contra o Bolsonaro. Não vale dizer que foi o próprio Bolsonaro. Isso é "blame de victim" e a esquerda não aceita isso. Então, quem foi?

É interessante como sair um pouquinho da bolha pode iluminar até mesmo que está acontecendo na bolha. Grande parte do ideário da esquerda brasileira é pautado do exterior. P. ex., da loucura politicamente correta que acometeu o meio acadêmico nos EUA e na Europa.  Então é importante sair um pouquinho da bolha. O que está acontecendo lá fora pode ser relevante.

No mínimo porque as pessoas fora da bolha brasileira não pararam de viver e produzir. Ainda que alguns só produzam besteira. Mas tem os que estão produzindo e se desenvolvendo de fato. Como é o caso dos chineses. Enquanto isso nós vamos ficando cada vez mais para trás. Há cinqüenta anos, Brasil e Coréia eram igualmente miseráveis. Hoje, a Coréia é o que é e o Brasil continua sendo o que era.

Fico sempre me lembrando da fala do Garrincha para o Vicente Feola antes de um jogo importante da Copa de 1962: "Mas Seu Feola, o senhor já combinou com os russos?"

Vivemos uma situação semelhante. Estamos entrando na quarta década depois do Regime Militar. Já experimentamos todas as alternativas disponíveis: a) o aventureirismo do Collor; b) o coronelismo do MDB; c) o esquerdismo herbívoro do PSDB; d) o esquerdismo carnívoro do PT. Todas essas alternativas fracassaram. Uma depois da outra.

Estamos em um impasse pelo menos desde 2013. Está sendo muito difícil se livrar do PT. Apesar do atestado de incompetência e corrupção que foi passado aos petralhas. É como se disséssemos assim: "Ei mundo, segurem um pouco as pontas por aí! Parem de se desenvolver, que nós brasileiros precisamos um tempo para decidir o que queremos". 

Essa nossa crise não é econômica. É política. É uma crise existencial de quem não consegue por a casa em ordem para se desenvolver. Meu consolo é que na Argentina é muito pior. Mas isso não vale. É comparação social descendente. Apenas consola, não constrói nada.

Precisamos fazer mais comparação social ascendente. Sair da bolha e mirarmo-nos nos exemplos de sucesso. Ver o que está acontecendo por lá, o que está funcionando e o que não está funcionando. Entre outras coisas vamos entender como muitos dos conteúdos das fantasias esquerdistas que andam por aí também são importados e/ou orquestrados lá de fora. Até mesmo o esquerdismo é fake no Brasil. 


Não, o mundo não vai parar enquanto o Brasil vota no Bolsonaro. Mas, talvez nós comecemos a nos mexer em algum momento.

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