terça-feira, 30 de maio de 2017

A GAROTA GRITONA DE YALE E A INCUBAÇÃO DE IDIOTAS

Lá vem o chato do Vitor, de novo, conversar sobre correção política, "microagressões" e a perda de rumo da universidade contemporânea.

Hoje eu li um artigo muito interessante da Heather MacDonald sobre os objetivos da universidade. Nesse artigo ela relata um episódio ocorrido na Universidade de Yale em 2015. O qual tinha escapado à minha atenção.

A história é a seguinte. A esposa do diretor de uma das residências estudantis de Yale, ela também professora, caiu na asneira de passar um email para os estudantes dizendo que ela acreditava que os alunos já eram grandinhos o suficiente para tratar dos seus próprios assuntos. E que, portanto, ela não julgava necessário que uma policia dos costumes normatizasse sobre quais fantasisas de Halloween seriam eventualmente politicamente corretas e aceitáveis e quais não.

Para quê. O tal email desencadeou uma fúria politicamente correta dos estudantes das tais "minorias" de sempre, que se diziam ameaçados pelas eventuais fantasias de Halloween. Spooky costume!  Huuuuh!


O ponto alto da farra foi uma discussão entre o diretor da residência e um grupo de alunos revoltados. O cara manteve a linha o tempo todo. O que não aconteceu com uma moça, que viralizou na internet como a "garota gritona" deYale. A dona esfregou o dedo na cara do professor, gritou com ele, mandou-o calar a boca e, ainda por cima, falou palavras muito feias que não devem ser prounciadas em boa sociedade (Para um filme completo da cena veja aqui) (Aqui tem o link para um filme melhor ainda).

Quais foram as conseqüências administrativas e acadêmicas para a gritona de Yale? Ela sofreu algum tipo de suspensão, reprimenda etc.? Nadica. Suas fotos sorridentes podem ser encontradas na internet.


O que aconteceu com o professor e sua esposa? Tiveram que se desculpar com os alunos. Acho que é por essa razão que a menina anda tão sorridente por aí. Está rindo da cara do professor. A propósito, parece que ela não vem de nenhuma família desprivilegiada não.

As voltas que o mundo dá. Na internet tem um bate-papo  entre Christina Hoff Sommers e Camille Paglia, duas feministas com crednciais impecáveis mas que não perderam o bom-senso. Tem uma hora lá que elas fazem um comentário muito interessante e revelador das mudanças no espírito universitário.

Não sei se foi a Paglia ou a Sommers, mas uma delas comentou sua perplexidade com o que acontece nos campi americanos atualmente. Na sua juventude, as moças tinham hora para voltar para o dormitório e os rapazes não. O comportamento das moças era regulado por uma série de normas às quais os rapazes não se submetiam. A luta delas era pela abolição dessas normas e pela igualdade entre os sexos. 

Felizmente nós conseguimos isso. Eu participei dessa luta. Também fui estudante nos Anos 70 e lutei pela liberdade de expressão, igualdade entre os sexos e liberdade sexual. Nós conseguimos tudo isso. Hoje em dia os jovens podem transar à vontade sem que os adultos os perturbem. Nem por isso são mais felizes. 

E, paradoxalmente, agora reinvindicam mais supervisão por parte dos alunos, conforme observado na entrevista mencionada. Parece que a nossa geração estava mesmo errada. A falta de supervisão pode estar sendo tão prejudicial que os próprios estudantes estão reinvindicando.  Eles se sentem indefesos, imaturos. Querem que a mamãe universidade beije e assopre os seus dodóis emocionais. Parece que a liberdade e experiência sexuais não necessariamente trazem consigo o amadurecimento e a felicidade.


Quais foram as conseqüências a longo prazo? A rendição completa da Universidade de Yale à baboseira politicamente completa. O artigo de Heather MacDonald trata justamente disso. Ela discute um discurso recente do reitor de Yale para os calouros. O cara falou que o objetivo da universidade é que os alunos aprendam a desmascarar as "falsas narrativas".

Todos os exemplos de "falsas narrativas" que ele mencionou diziam respeito à Civilização Ocidental, a qual não passa de uma tramóia dos machos brancos, capitalistas e pagadores de impostos para oprimir os vitimizados de plantão. 

Engraçado, eu achava que a gente estuda e trabalha na universidade para aprender, para adquirir conhecimento, para pesquisar e buscar a verdade etc. etc. Mas parece que esses conceitos todos estão ultrapassados na Universidade de Yale, onde os pais pagam uma fortuna para idiotizar seus filhos.


Aqui no Brasil é pior ainda. Quem financia a idiotização dos estudantes não são as suas famílias mas os pagadores de impostos. Os custos da imbecilização são socializados. Para ficar apenas em um exemplo. Um bando de idiotas foi assistir à aula inaugural de Dilma Rousseff em uma das principais universidades do país esse ano. Pelo que se pode ver no filme, a galera delirou com as platitudes proferidas pela Dilma. Nós merecemos isso?


Até o reitor da Universidade de Yale é aderente ao discurso pós-modernista... Dá para entender. Reitoria é um cargo político. O cara precisa falar o que a galera quer ouvir. O problema é justamente com isso que a galera quer ouvir. Pensando melhor. A falta de reação das universidades universitárias não significa que elas tenham se tornado reféns do discurso politicamente correto. Longe disso. São as próprias autoridades universitárias que estimulam esse tipo de discurso. Os professores efetivos de hoje são os radicais da nova esquerda dos Anos 60. É através desse tipo de discurso que eles manipulam a massa de estudantes para suas finalidades políticas. Vide o caso das invasões às escolas e universidades ocorridas em 2016 no Brasil, as quais eram abertamente estimuladas por professores inescrupolosos.

Ingênuos nessa história são apenas os estudantes. Eles ganharam a liberdade sexual e de opinião como legado da nossa geração e estão jogando tudo na lata de lixo, promovendo a censura e a bitolação política.

P. S. Por que eu me fixo tanto na cena universitária americana? Por dois motivos bem simples. É de lá que as modas vêm, ainda que os nossos descolados adorem criticar o imperialismo ianque. Ao mesmo tempo, lá tem uma opinião crítica. A galera americana se idiotiza, mas nem todos perderam o senso comum nos EUA. Tem gente lá que observa o empobrecimento da cena intelectual e tem coragem de criticar.

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