terça-feira, 23 de maio de 2017

PARTIDARISMO POLÍTICO: AS ARTIMANHAS DOS MOTIVOS MORAIS E DO AUTO-ENGANO

O debate político está acirradíssimo no mundo inteiro. Militantes politicamente corretos agridem palestrantes politicamente incorretos nas universidades americanas. Pesquisadores politicamente incorretos não têm vez na academia. Alunos evangélicos são hostilizados nas universidades. Amizades são desfeitas no FaceBook e outras redes sociais em função de desavenças políticas. As bases moral-psicológicas e neuroevolucionárias do partidarismo político foram recentemente discutidas em um artigo que pode ser acessado gratuitamente na internet (Haase & Starling-Alves, 2017). Nesse texto vou retomar algumas das questões discutidas no artigo mencionada e aprofundar a discussão das mesmas. Basicamente, procurarei identificar modelos neurocognitivos que nos ajudem a compreender os motivos morais subjacentes às diferenças político-partidárias.

Obs. Esse texto vai subsidiar minha apresentação sobre a psicologia moral e as bases neuroevolucionárias do partidarismo político no Brain 2017 - World Congress of Brain, Behavior, and Emotion, em Porto Alegre, no dia 15 de junho.

Segundo Haidt (2012), a origem da polarização política pode estar relacionada a emoções morais. As evidências científicas contemporâneas sã compatíveis com um modelo denominado de intuicionismo moral. Primeiro as pessoas reagem emocionalmente a estímulos eventos moralmente carregados e depois procuram justificar racionalmente suas decisões.

O intuicionismo moral de se baseia no trabalho de diversos pesquisadores, tais como António Damasio (1995), o qual descobriu que os déficits na tomada de decisão moral de pacientes com lesões prefrontais ventromedial se devem à falta de intuição quanto às conseqüências das suas ações. Essas intuições morais ou representação do valor hedônico associado aos desfechos decisórios depende de estímulos viscerais, os quais não são conscientemente percebidos pelo indivíduo, mas são integrados no nível do córtex prefrontal e influenciam o processo de tomada de decisão.

Haidt, Koller e Dias (1994) demonstraram que, frente a situações moralmente carregadas, as pessoas primeiro reagem emocionalmente e depois tentam racionalizar suas opções. Haidt e colaboradores utilizaram-se de vinhetas descrevendo situações envolvendo violações de alguns princípios morais, principalmente de pureza e respeito à autoridade, os quais eram inócuos do ponto de vista utilitarista. Ou seja, não ocorriam prejuízos a nenhuma das partes envolvidas. Mesmo assim, os eventos narradas desencadevam fortes sentimentos de repulsa moral. Instados a justificar seus juízos morais, os indivíduos demonstravam perplexidade e tentativam racionalizar suas opções.

O déficit na intuição quanto às conseqüências hedônicas das decisões morais leva os pacientes com lesões no córtex prefrontal ventromedial a endossarem soluções utilitaristas para problemas emocional e moralmente carregados similares à queles investigados por Haidt e cols. (Koenig et al., 2007). Estudos com métodos de neuroimagem funcional corroboraram essa hipótese de que primeiro as pessoas reagem emocionalmente a essas situações emocionalmente carregadas, seguindo-se as tentativas racionais de justificação das decisões morais (Greene, 2013). As reações emocionais se associam à ativação de estruturas límbicas córtico-subcorticais mediais e as tentativas de racionalização à ativação do córtex prefrontal dorsolateral, uma área tradicionalmente envolvida com o pensamento dedutivo racional.

As pesquisas antropológicas de Richard Shweder (vide Shweder et al., 2008) sugerem que a moralidade humana deriva de uma meia dúzia de motivos emocionais, os quais constituem universais culturais. O repertório básico de motivos morais é o mesmo. As diferenças culturais se devem aos pesos distintos atribuídos a cada motivo.

O repertório de motivos morais compreende o cuidado ou caridade, a  lealdade, a liberdade, a justiça, a autoridade e a pureza. As sociedades tecnologicamente mais avançadas e individualistas acentuam motivos morais relacionados com a liberdade e a justiça. Por outro lado, sociedades mais trandicionais e coletivistas enfatizam motivos morais relacionados à autoridade, lealdade e pureza (Haidt, 2012, Shweder et al., 2008).

Cada um desses motivos morais se fundamenta em sistemas neurocognitivos distintos, os quais constituem mecanismos adaptativos estáveis na espécie humana. P. ex., os motivos de cuidado e lealdade se fundamentam no sistema de afiliação, o qual evoluiu adaptivamente para o cuidado da prole e para a formação e manutenção de coalizaões entre os membros de uma mesma espécie (Lieberman, 2013). O sistema afiliativo é integrado tanto em nível subcortical (regulação hipotalâmica do comportamento reprodutivo) quanto em nível cortical (sistema de leitura das mentes alheias).

O dilema do prisioneiro é um modelo oriundo da teoria dos jogos que permite compreender os mecanismos implicados no mecanismo moral de lealdade. No dilema do prisioneiro os participantes se defrontam com uma situação na qual eles se beneficiam se forem leais um ao outro. Porém, caso um dos participantes resolva trair, o outro fica muito prejudicado. As pesquisas mostram que em episódicos únicos do jogo e com participantes desconhecidos, a tendência é optar pela estratégia de traição. Por outro lado, jogos iterativos com participantes conhecidos permitem a evolução de estratégias cooperativas para manejar a situação. Os estudos de neuroimagem funcional mostram padrões complexos de ativação em situação de dilema do prisioneiro (Rilling et al., 2008). De um modo geral, as reações à defecção se associam a ativação de estruturas córtico-subcorticais ventrais, tais como a amígdala e a ínsula. As estratégias cooperativas desencadeiam ativações de estruturas corticais dorsais, tais como o córtex prefrontal dorsolateral.

O motivo moral associado à pureza e santidade deriva da emoção primária de nojo ou repulsa a alimentos potencialmente contaminados. Ao se converter em contaminação moral, determinados comportamentos e atitudes desencadeiam reações similares àquelas eliciadas por alimentos putrefatos ou venenosos. Estudos neuropsicológicos indicam que o córtex insular pode desmpenhar um papel importante no desencadeamento das reações de nojo (Vicario et al., 2017).

A organização hierárquica é uma característica social importantíssima de todos os primatas, a qual cumpre importante função estabilizadora do grupo.  As bases neurobiológicas da hierarquia social envolvem mecanismos complexos de dominância e submissão implementados por sistemas hormonais e por múltiplos circuitos no prosencéfalo basal (Watanabi & Yamammoto, 2015). Sapolsky (2005) distinguiu dois padrões de hierarquia em primatas. A hierarquia pode se basear da dominância física, como exemplificado por babuínos. Nesse caso, os níveis de estresse são mais altos no animal dominante, uma vez que sua posição está sendo constantemente ameaçada por rivais em potencial. A organização sócio-sexual dos chimpanzés constitui um modelo de hierarquia fundamentada na política. Como um macho sozinho não consegue subjugar um bando de cerca de 20 indivíduos ou, formam-se alianças entre machos aparentados os quais subjugam os demais membros do grupo. No caso da hierarquia política os níveis de estrese são mais altos  no indivíduos subalternos. Na espécie humana a organização hierárquica é sócio-política. Isso se reflete em maiores níveis de estresse e pior saúde física e mental em indivíduos das classes sociais mais baixas (Sapolsky, 2005).
Um modelo da teoria dos jogos pode ser usado também para compreender situações que violam os princípios da liberdade e da justiça. No Ultimatum Game um indíviduo recebe uma quantia de dinheiro para repartir entre ele e outro participante. A condição é que a oferta seja aceita pelo outro participante. Se a proposta for muito desigual, ou seja, menor do que 30% a 40%, a mesma tende a ser rejeitada em todas as culturas humanas (Henrich et al., 2006). O jogo do Ultimatum Game também se associa a padrões complexos de ativação em estruturais corticais e subcorticais ventrais e dorsais (Rilling et al., 2008).

O conceito de liberdade se fundamenta na noção de livre arbítrio decisório. Ou seja, na noção de que os humanos são agentes do seu destino e senhores da sua vontade. Violações do princípio da liberdade desencadeiam sentimentos de raiva, revolta e ressentimento. O conceito de livre arbítrio tem uma função adaptativa perceptível, constituindo a base jurídica da organização social. Estudos neurocientíficos recentes indicam, entretanto, que a noção de livre arbítrio pode resultar de truques que o nosso cérebro nos prega. Libet (2002) se  notabilizou por um paradigma experimental no qual um participante deve deve mover um dedo ao mesmo tempo em que registra mentalmente através de um ponteiro de relógio visível o momento exato em que “toma a decisão” de movê-lo. O achado paradoxal consiste no fato de que um potencial de  prontidão, um indicador neurofisiológico do processo decisório, começa a se formar alguns milissegundos antes de que a pessoa tenha consciência da sua decisão. O processo decisório envolve uma integração de circuitos reentrantes entre o córtex parietal e prefrontal dorsolateral, os quais a qual é gradualmente construída no tempo antes de acessar a consciência.

Depois desse longo preâmbulo, chego finalmente às bases moral-psicológicas do partidarismo político. Haidt e colaboradores (Graham et al., 2009, Haidt, 2012, Iyer et al., 2015) descobriram que as diferenças quanto às preferências partidárias provavelmente se baseiam em traços de personalidade que levam os indivíduos a atribuírem pesos distintos aos diferentes motivos morais.

As pessoas de esquerda tendem a enfatizar os motivos morais relacionados ao cuidado e à justiça entendida como igualdade de resultados (Graham et al., 2009). As pessoas de direita endossam uma paleta moral mais diversificada e equilibrada entre os diversos motivos morais, incluindo liberdade, justiça como igualdade de oportunidades, autoridade, lealdade e pureza.

Os conceitos de justiça e de liberdade são divisores de água políticos. Enquanto os esquerdistas priorizam a justiça como igualdade de resultados, os direitistas endossam enfatizam a justiça como igualdade de oportunidades. As diferentes posições políticas diferem também quanto ao conceito de liberdade (Berlin, 2002). A esquerda preconiza o conceito de liberdade como direitos humanos. Já os direitistas enfatizam o conceito de liberdade como autonomia ou ausência de interferência.

Mais recentemente tem crescido de importância uma posição política denominada de libertarianismo. A doutrina libertária deriva do liberalismo econômico clássico e da noção de auto-organização social e econômica. Segundo essa perspectiva, os mecanismos de auto-organização funcionam como se fossem uma mão invisível que equilibra os diferentes interesses humanos. Em função desses pressupostos os libertários colocam como prioridade absoluta o conceito de liberdade como autonomia (Iyer et al, 2015). Comparativamente aos esquerdistas, os libertários são menos empáticos. Comparativamente aos direitistas, os esquerdistas e libertários demonstram menor consideração pela autoridade e tradição e maior abertura às novas experiências. Como mencionado anteriormente, os direitistas endossam uma paleta moral mais equilibrada,  que não se restringe aos motivos de liberdade e justiça, mas inclui também a pureza, a autoridade, a lealdade e o cuidado (Haidt, 2012).

A fundamentação das escolhas políticas em motivos morais emocionalmente carregados pode explicar o fato de que o partidarismo político é tão exarcebado. Segundo Haidt (2012), as emoções morais agregam e cegam. Ou seja, ao mesmo tempo que os motivos morais contribuem para aumentar a coesão em um determinado grupo social, os mesmos se tornam virtualmente impossibilitados de apreender as perspectivas alternativas.

O fanatismo político pode ser explicado pel auto-engano, uma estratégia social evolutivamente estável em humanos (von Hippel & Trivers, 2011). A evolução social humana envolve uma verdadeira corrida armamentista sócio-cognitiva envolvendo mecanismos cooperativos e competitivos (Geary, 2005). Grupos sociais socialmente coesos e cooperativos tendem a se sobrepor sobre grupos menos cooperativos. Ao mesmo tempo, mecanismos competitivos são adaptativos em interações antagônicas entre coalizões rivais.

A hipótese do auto-engano se baseia na constatação de que a tentação de enganar o próximo é muito grande nas interações sociais. A essa prática se contrapõem mecanismos de detecção de trapaça. Isso criou uma verdadeira corrida armamentista. À medida que evoluíram mecanismos cada vez mais sofisticados de detecção de trapaça, surgiu a necessidade de mecanismos mentais que se contrapusessem aos mesmos (von Hippel & Trivers, 2011). A mentira é custosa do ponto de vista cognitivo e emocional. A mentira exige que o indivíduo mantenha e processe simultaneamente duas versões de um mesmo evento, a verídica e a falsa. Ao mesmo tempo, o indíviduo precisa suprimir reações emocionais e viscerais involuntárias que possam trair seu engodo.

von Hippel e Trivers (2011) propuseram que o auto-engano cumpre uma importante função adaptativa em uma espécie social cujo comportamento se baseia em um jogo sutil entre engodo e detecção de trapaça. Uma falsa crença aumenta a eficiência do engodo, uma vez que reduz a sobrecarga emocional e cognitiva, além de diminuir a chance de desmascaramento. Mente melhor, quem mente com convicção. A estratégia evolutivamente estável de auto-engano pode então ser considerada como a raiz dos mecanismos psicológicos inconscientes. Uma função adaptativa adicional do auto-engano é cumprida pelas ilusões positivas. Ou seja, pela crença na própria capacidade, na natureza benevolente do mundo e no otimismo quanto ao futuro. A perda das ilusões positivas, sob a forma de realismo pessimista, é uma das principais características da depressão.

As principais evidências quanto aos mecanismos neurais envolvidos no auto-engano vêm de síndromes neuropsicológicas nas quais o indivíduo apresenta dificuldade para reconhecer suas próprias emoções bem como dificuldades de memória, ou déficits físicos ou cognitivos (Hirstein, 2005, Lane et al., 2015). Nessas condições clinicas, a pessoa não percebe algum aspecto importante da realidade, nega essa dificuldade e tende a confabular. As estruturas neurais implicadas são o córtex prefrontal ventromedial (Hirstein, 2015) e a rede default de atividade cerebral responsável pela introspecção e cognição social (Lane et al., 2015).

Um dos casos mais interessantes de auto-engano é representado pelo conto do vigário. Os vigaristas tais como Macunaíma, Pedro Malasartes, Till Eulenspiegel, Lazarillo de Tormes etc. são personagens clássicas da literatura universal. A dinâmica do conto do vigário funciona assim: um indivíduo que se julga esperto aceita uma oferta tentadora  sendo logrado por outro que é mais esperto ainda. Pacientes com lesões do córtex prefrontal ventromedial são especialmente susceptíveis ao conto do vigário (Damásio, 1995).

É preciso ressaltar que os exemplos mencionados não implicam que as pessoas que se auto-enganam apresentem algum tipo de lesão cerebral. Ao mesmo tempo que existem síndromes neuropsicológicas cujo sintoma principal é o auto-engano, também devem existir variantes de jardim do auto-engano. Ou seja, auto-engano causado por padrões distintos de ativação cerebral porém dentro da variabilidade normal, os quais caracterizam os traços de personalidade (Whittle et al., 2006).

O extremismo político e o populismo podem ser considerados casos ilustrativos de auto-engano. A pessoa que subscreve ardentemente uma determinada posição política, considera-se ungida pelo bem e pela racionalidade. Tudo é permitido por uma causa que promove o bem da Humanidade (Trotsky, 1973). O populismo funciona assim: Uma população carente por um líder populista que oferece mundos e fundos. Isso somente ocorre porqaue as pessoas não conseguem perceber que não existe almoço grátis (Friedman & Friedman, 1980). Ou seja, que tudo o que é produzido exige esforço e perseverança.



As diferenças de posicionamento político podem ser analisadas em função de uma meia dúzia de emoções ou intuições morais que causam divergências entre os diversos partidos. Os principais pomos da discórdia são as noções de igualdade, liberdade, cuidado, lealdade, autoridade e pureza. Só para dar um exemplo. Enquanto esquerdistas valorizam sobremaneira a igualdade e o cuidado, conservadores distribuem seus valores morais de forma mais equilibrada entre os diversos motivos. O debate político não tem fim. Nâo tem vencedores e não tem vencidos. Nâo pode ser resolvido em termos racionais porque não se fundamenta na lógica e na evidência, mas sim em diferentes concepções éticas. Essas diferenças são acentuadas pelo mecanismo de auto-engano. O auto-engano é uma estratégia evolutiva poderosa que permite formas mais eficazes de manipulação social. A mentira só obtém êxito quando o mentiroso se convence de que é a alma mais pura do universo.


Referências

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