domingo, 28 de maio de 2017

MICROAGRESSÕES = MACROCRETINICES

Christina Hoff Sommers, a feminista factual,  é uma scholar ligada ao American Entreprise Institute que tem um canal no YouTube. Ela postou recentemente um comentário sobre as tais "microagressões" que viraram trend nas universidades americanas.Vale a pena assistir ao seu post, que é muito instrutivo e divertido.

Ela comenta sobre um artigo recentemente publicado por Scott Lilienfeld, um dos maiores psicólogos clinicos da atualidade e pioneiro no desmascaramento da pseudociência na psicologia. O Lilienfeld demole as "microagressões" a marteladas: 1) Não há uma definição objetiva e coerente do que sejam as "microagressões"; 2) As percepções dos indivíduos pertencentes às categorias sociais supostamente vitimizadas são muito variáveis e a vitimização é típica apenas de uma minoria; 3) Não existem evidências científicas de que as "microagressões" sejam deletérias à saúde mental. Não é que as evidências sejam negativas. O assunto simplesmente não foi investigado de forma científica (Lilienfeld, 2017). 

Trata-se de mais um exemplo de um grupo de "ungidos" que faz uma pressuposição tosca e absurda e se arvora no direito de legislar, censurar e mudar o comportamento dos outros em função das suas crenças infundadas.


O  homem das microagressões se chama Derald Wing Sue e é professor do Teachers' College da Columbia University (Há mais de 100 anos uma faculdade ocupada unica e exclusivamente em promover a cretinice na área da pedagogia). Sabem o que tal Sue respondeu?

O cara respondeu que as evidências científicas reclamadas pelo Lilienfeld, tais como a utilização de instrumentos de medida válidos e delineamentos com poder para demonstrar relações de causa e efeito, constituem apenas mais um mecanismo de dominação dos oprimidos pela estamentos dominantes. Segundo Sue, o que importante é a experiência subjetiva da vítima (Sue, 2017).

O tal Sue precisa mesmo é ser sued. O cara quer fundamental políticas educacionais e regular o comportamento das pessoas em função da "experiência subjetiva". Parece que nós estamos reassistindo ao mesmo pesadelo das "memórias recuperadas" de suposto abuso sexual que infernizou a vida e até mesmo levou para a cadeia muito pai de família honesto. Simplesmente porque algum psicólogo inescrupuloso resolveu manipular pacientes susceptíveis (para a evidência científica, vide Loftus, 1993).

Estamos assistindo a uma coisa muito parecida agora. Parece o eterno retorno de um pesado. Nos campi americanos instalou-se uma verdadeira histeria coletiva. Alguém se sente ofendo por algum comentário casual e vai se queixar às autoridades universitárias. As universidades criaram departamentos especiais para investigar essas questões, bemo como serviços de disque-microagressão e  "safe houses" para as supostas vítimas se sentirem protegidas. Curiosamente, as autoridades que investigam os episódios são as mesmas que julgam e condenam os perpetradores de microagressões a programas de lavagem cerebral. E tudo isso com base na "experiência subjetiva" das supostas vítimas. Ninguém está a salva. A única atitude prudente é ficar de bico fechado.

Parece que muito pouca gente se dá conta de que muitas dessas supostas vítimas podem ter problemas psiquiátricos graves tais como psicopatia, personalidade histérica, personalidade  borderline etc. (O'Donohue & Redding, 2009). Os psicopatas, obviamente, agem de forma deliberada com intuito de prejudicar seus desafetos. Os borderline parece que ficam caçando exposição a situações traumáticas.

Mas tem uma outra categoria: os ungidos que se auto-enganam. São aqueles investidos pelas boas causas, os donos da verdade, os "sem preconceito" que querem reformar o mundo e para isso não se pejam de cometer as maiores barbaridades. Tudo vale em nome de uma boa causa.

Mas tudo isso é tabu. Não se pode "blame the victim". A vítima assume um caráter sacrossanto e o seu comportamento e intenções não podem ser questionados. O povo parece esquecer o básico de que a vitimização pode ser uma eficiente estratégia de manipulação social, a qual pode pegar os incautos e estraçalhar sua vida, muito mais do que qualquer suposta "microagressão".

Essa histeria coletiva pode estar relacionada a uma perda progressiva do senso de humor na sociedade americana. Os principais comediantes americanos se recusam cada vez mais a atuar nos campi universitários. Não existe humor a favor. No atual clima de mi mi mi, qualquer piadinha, por mais infame que seja, é magnificada à dimensão de uma catástrofe. A resiliência está em baixa. Parece que o povo pensa que não precisa enfrentar os percalços da vida, as incompreensões, a rivalidade mútua, ou os aborrecimentos da vida cotidiana. Qualquer coisinha dói e constitui motivo para pedir que a mamãe assopre e beije o dodói.

Mas aqui no Brasil, infelizmente, não é diferente. O povo de esquerda é engraçado. Eles criticam o imperialismo americano mas, ao mesmo tempo, tê o seu pensamento e sentimentos colonizados pelas ideologias alienígenas. Vou mencionar apenas dois exemplos recentes.

Um delegado de política do Distrito Federal foi martirizado na imprensa e no FaceBook porque falou o óbvio. Os principais perpetradores de abuso físico, sexual e moral são os pais adotivos. A trocada seriada de parceiros sexuais que vêm a conviver com a família constitui um dos principais fatores de risco. Quem se atreve a dizer o óbvio é demonizado como fascista,  como alguém que se compraz em "responsabilizar a vítima".

Outro exempolo: Tem gente defendendo a cracolândia em São Paulo! Se você falar que essa turma está fora da casinha e que se trata de esquerdopatas, isso constituirá mais uma instância de microagressão. Portanto, fique de bico calado, e faça de conta de que a cracolândia é a coisa mais normal do mundo. Um modelo, inclusive, de organização social. Uma "comunidade". 

Modéstia à parte, eu falo sobre esse assunto com propriedade. Não apenas estudo bastante o assunto, mas tenho a autoridade moral de ter vivenciado na carne as conseqüências das "microagressões". Tenho experiência subjetiva. Como perpetrador de microagressões no caso.

No dia 26 de outubro de 2016 eu quis dar aula na UFMG, mas o Centro de Atividades Didáticas II tinha sido invadido por uma turba que eu qualifiquei de "fora da casinha" e de "esquerdopatas". Para  quê. Fui mexer com o vespeiro e acabei vítima de uma campanha de assassinato de reputação pelo FaceBook. Uma campanha de macro-agressão, portanto. É o que dá mexer com os louquinhos. Eles se revestem de um caráter sacrossando que é vedado aos sãos.

Enquanto isso os terroristas muçulmanos seguem se explodindo pelo mundo afora e levando consigo inclusive criancinhas. E os ungidos se comprazem em demolir por dentro os fundamentos da Civilizaçaão Ocidental, que os tolera e, por vezes paradoxalmente, até mesmo estimula.


Referências

Lilienfeld, S. O. (2017). Microaggressions: strong claims, inadequate evidence. Perspectives on Psychological Science, 12, 138–169.

Loftus, E.F. (1993). The reality of repressed memories. American Psychologist, 68(5),
518–537.

O'Donohue,  W. & Redding, R. E. (2009). The psychology of political correctness in higher education. In R. Maranto, R. Redding, & F. M. Hess (eds.) The politically correct university. Problems, scope and reforms (pp. 99-120). Washington, DC: American Entrerprise Institute.

Sue, D. W. (2017).  Microaggressions and "evidence". Perspectives Psychological Science, 12, 170-172.

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