Estou sendo vítima de uma campanha difamatória,
insultuosa, um verdadeiro assédio moral ou assassinato de reputações por parte
de um grupo de jovens “estudantes” (alguns mais inocentes do que úteis e outros
mais úteis do que inocentes) e “colegas” pouco escrupolosos. Isso não é novidade
nenhuma.
Gostaria também de agradecer do fundo do meu
coração ao apoio e ao carinho que tenho recebido de alunos, colegas de verdade,
ex-alunos, familiares, amigos e pacientes. Em especial, gostaria de agradecer
às pessoas que não concordam com as minhas idéias políticas, mas que se
manifestaram corajosa e publicamente em defesa do meu direito à liberdade de
expressão. Essas pessoas estão correndo o risco de virarem alvo dos mesmos
insultos a que eu estou sendo submetido.
Percebi que algumas pessoas que me apoiaram a e a
quem muito prezo demonstraram alguma dúvida sobre o quê realmenente teria
acontecido. Afinal, dá uma trabalheira ler a lista de impropérios da qual eu
fui alvo e os textos que as eliciaram. Resolvi então, contar a história, na
minha perspectiva.
O QUE ESTÃO FAZENDO
Eu me insurgi contra o que certos jovens
estudantes, manipulados por alguns professores e grupos políticos de extrema
esquerda estão fazendo. Para compreender o que estão fazendo, é preciso voltar
um pouco atrás no tempo.
Quando a Constituição de 1988 foi promulgada, o PT
e seus aliados recusaram-se a assiná-la. Parecia que ela não era boa que
chegasse pra eleas. Agora eles saem por aí, arrotando em nome da “Constituição
Cidadã”.
Quando o Brasil estava no atoleiro maior da
inflação e da Década Perdida, foi salvo pelo Plano Real. Em sessenta anos de
vida, o Plano Real foi a melhor coisa que eu vi acontecer na política
brasieira. Não é que o PT e seus aliados se posicionaram contra? Fizeram o
Diabo. Fizeram tudo que podiam e não podiam fazer para sabotar o Plano Real.
Apesar deles, o Brasil saiu do atoleiro.
Depois veio o Boom das Commodities. O Boom das
Commodities associado aos resultados do Plano Real disfarçou a incompetência do
Lula, do PT e dos aliados. Parecia que o Brasil iria, finalmente, desencalhar.
Só que, algum pseudoecnomista resolveu achar que o desenvolvimento econômico
poderia ser estimulado pelo consumo e não pela poupança.
Ledo engano, o Boom das Commodities se esfarelou
com a Crise de 2008 e a “Nova Matriz Econômica” da Dilma, aliada à gastança
desenfreada para sustentar a corrupção e tudo quanto é tipo de benesse social
fornecida sem critério e sem cobertura orçamentária, voltou a afundar o Brasil.
Era apenas um nome pomposo para um nonsense econômico. O buraco foi ficando
cada vez mais fundo.
Quando estávamos no fundo do poço, a população
brasileira foi às ruas, se rebelou e derrubou a Dilma e o PT. Isso foi feito do
modo mais ordeiro e pacífico, da maneira mais democrática. Uma coisa linda de
ver. Sem qualquer tipo de violência. A população confraternizando com a
polícia, que ali estava para defendê-la de possíveis baderneiros.
Agora nós estamos vivendo o Pós-impeachment. Eu não
votaria no Michel Temer jamais. Quem votou nele foram os simpatizantes da Dilma.
Mas ele é a bola da vez. É o cara que está tentando administrar os remédios
amargos para, mais uma vez, tirar o Brasil do buraco.
E o que o PT e os seus aliados estão fazendo?
Aquilo que eles melhor sabem fazer, ou melhor dito, a única coisa que eles
sabem fazer bem: sabotar o governo.
Uma série de invasões de escolas e universidades
estão ocorrendo. Orquestradas por partidos políticos de extrema esquerda. Essas
invasões são feitas às custas da manipulação de jovens que não têm a menor
idéia do que estão fazendo. Partidos e pessoas inescrupulosas estão manipulando
os sentimentos de revolta difusa desses jovens. No caso de muitos desses
jovens, trata-se de comportamentos narcisistas, de quem está interessado apenas
no seu umbigo e não demonstra a menor consideração pelo pagador de impostos que
lhe possibilita ter acesso a uma educação da melhor qualidade, como acontece
nas universidades federais.
A maioria dessas invasões ocorre sob a complacência
das autoridades. É compreensível que as autoridades relutem em ordenar a
reintegração de posse. Afinal, esses caras estão sempre à cata do sangue de
alguma vítima que possam exibir na mídia para sabotar mais ainda o governo e as
instituições.
Em alguns casos, entretanto, há evidências
preocupantes de docentes, quer seja do ensino médio ou universitário, que não
estão sendo apenas complacentes. Muitos professores estão estimulando, ainda
que de forma sub-reptícia, as invasões. E de diversas maneiras. Dão instruções
e treinam os invasores do ponto de vista tático e estratégico, recolhem
dinheiro, se manifestam publicamente em apoio às invasões e hostilizam de forma
mais vil os colegas docentes que se opõem a esse movimento orquestrado.
Na minha opinião o que esse pessoal está fazendo é
muito complicado do ponto de vista moral e jurídico. As invasões constituem
esbulho possessório e interferem com o direito de ir e vir, com o dever dos
servidores públicos exercerem as funções para as quais são pagos, com o direito
dos estudantes estudarem e, em muitos casos, pacientes serem atendidos por
profissionais de saúde. As violações se utilizam de violência implícita. O que
aconteceria, se alguém a elas se opusesse? E assim constituem uma forma de
constrangimento ilegal.
Mais grave, talvez seja o fato de que o esbulho possessório
causado pelas invasões cria um espaço – um “espaço revolucionário” – que se
subtrai à vigência da ordem constitucional. Isso é gravíssimo. Esses invasores
não têm autoridade, nem moral nem legal, nem maturidade psicológica para
garantir a ordem pública e para zelar pelo patrimônio público. A criação de
espaços que se subtraiam à ordem constitucional é muito grave e não pode ser
tolerada pelo estado.
A narrativa que apresentei acima é pessoal. Posso
estar errado em muitos pontos. Mas é a minha opinião, baseada nos fatos tais
como vivenciados porm, logicamente articulada e fundamentada na análise que
faço.
O QUE EU FIZ
Tudo o que narrei acima me revoltou muito.
Principalmente quando fui dar aula no dia 26 de outubro dee 2016 e tive o
acesso barrado à sala de aula por um grupo de estudantes insolentes que se
transvestiram em autoridade. Eu reagi de forma veemente e os critiquei, bem
como aos professores que os apóiam.
Fui debochado? Fui sim. O humor, a ironia e o
escárnio são as únicas ferramentas que restam àqueles que estão tendo seus
direitos violados. Falei diversas coisas. Não me lembro bem de todas. Se faltar
algum, por favor, me ajudem a lembrar. Entre outras coisas, disse mais ou menos
o seguinte:
1. Esses
invasores são um bando de malucos, fora da casinha, desesperados porque suas
táticas de protesto não funcionam mais. Estão recorrendo então à sabotagem. Só
estão invadindo prédios públicos e constrangendo as pessoas porque não têm
apoio na população e não conseguem juntar milhões de pessoas para apoiar
pacificamente sua “causa”;
2. Os
jovens e os professores que os apóiam são esquerdopatas. Isto é, psicopatas
esquerdistas que promovem sua agenda política sem dó nem piedade, sem
consideração pelos direitos e sentimentos alheios. A esquerda sempre se
caracterizou por uma alta predisposição para aceitar o “dano colateral”. As
invasões que atualmente ocorrem constituem mais uma manifestação de uma nova
categoria jurídica, inventada na Era Petralha, o “crime do bem”;
3. Os
professores que apóiam e estimulam esses crimes estão brincando de centro
acadêmico. Parecem estar com saudades de outras épocas. Outras épocas que eu também vivi, outras épocas nas quais
tínhamos motivos para lutar pelas liberdades democráticas e pelo estado de
direito. Mas eu, ao menos, nunca cometi nenhuma ilegalidade na minha luta pela
democracia. E agora vivemos num estado de direito. Imperfeito, é certo. Mas
cabe a nós aperfeiçoá-lo;
4. Gravei
tudo o que aconteceu e falei que poderia mostrar às autoridades o que estava
acontecendo, principalmente ao Ministério Público Federal.
Acho que essas são as coisas principais que eu
falei. Deve ter um monte de outras coisas que dasagradou a essa gente. Mas,
nada demais. Apenas coisas das quais eles não gostam. Como a carapuça lhes
serve e como isso promove sua agenda vitimista e saem por aí ofednendo,
difamando, insultando, assediando moralmente e assassinando a minha reputação.
Só ficar fazendo mimimi não satisfaz a essa gente.
O QUE EU NÃO FIZ
Estou cada vez mais convencido de que não cometi
nenhum ilícito:
1. Não
citei ou acusei ninguém, nem nenhuma instituição nominalmente. Não falei em
nome de ninguém, de nenhuma instituição, de nenhum “coletivo”. Apenas expressei
minha opinião pessoal, na minha página pessoal do FaceBook. Nâo usei o brasão
de nenhuma instituição, nada, nada;
2. Também
não agredi ninguém fisicamente, não gritei, não perdi o controle, não xinguei
com palavrões. Fui veemente, contundente, como costumo ser na defesa dos meus
pontos de vista. Mas não saí dos limites objetivos da civilidade;
3. Não
debochei dos alunos de um modo geral. Nâo debochei dos professores de um modo
geral. E, muito menos, não debochei da instituição onde trabalho e da qual
muito me orgulho. Debochei sim, de maus alunos e de maus professores que estão
se comportando de uma forma que eu julgo gravemente condenável e, portanto,
inaceitável.
CONCLUSÃO
Em suma, durante todo o tempo, meu comportamento
foi regido pelas normas da legalidade. Desagradei a muita gente. Mas não
infringi o ordenamento legal.
Tudo o que fiz e disse no dia 26 de outubro de 2016
às 16:30 está registrado em vídeo. Nâo pretendo divulgar esses vídeos
publicamente. Mas eles são um registro do que aconteceu. Tudo o que escrevin o
FaceBook e o que foi dito contra mim também está registrado na internet. Tenho
também depoimentos de pessoas que presenciaram os acontecimentos. Agora é tarde
demais, não tem mais como apagar os rastros.
Lamento, sinceramente, que tudo isso tenha
acontecido. Fico vendo que colegas, amigos, alunos, familiares estão
estressados. Sinto muito e a eles peço desculpas. Eu sabia que iria ter alguma
reação. Mas não imaginava que a baixeza pudesse chegar ao nível da ofensa
pessoal, da difamação, do insulto, do assédio moral e assassinato de
reputações. De qualquer forma, não posso deixar de me sentir culpado por estar
estressando a tanta gente que gosta de mim.
Isso mostra que os efeitos colaterais da ação
política podem ser imprevisíveis e podem causar sofrimento a muita gente. Não
sei dizer se está valendo a pena ou não. Provavelmente eu faria tudo de novo.
Tentaria ser menos debochado para dar menos pretexto. Mas acho que não iria
fazer muita diferença não. Esse pessoal está atrás de sangue.
Qual é o saldo positivo dessa história toda. Acho
que consegui desmascarar a impostura intelectual da esquerda. Na realidade tal
como ela é. Esse pessoal de esquerda fica falando o temo todo em “diversidade”,
“alteridade”, “subjetividade” etc. e tal. Mas eles não conseguem conviver com a
diversidade política e religiosa (e olhe que eu nem falei sobre religião
ainda). Quem não pensar da mesma forma que eles é imediatamente perseguido. Se
pudessem mandavam para o Gulag.
Para encerrar com uma nota positiva, externo minha
admiração e reconhecimento pelas centenas de alunos para cuja formação
neuropsicológica contribuí, bem como para os colegas e as instituições, tais
como o Departamento de Psicologia e a UFMG, que me permitiram, ao longo de mais
de vinte anos, realizar meu sonho profissional.
Admiro muito os alunos, colegas e pacientes que
compartilham o sonho de desenvolver a neuropsicologia no Brasil. Pessoas que
acreditam que a neuropsicológica, além de ser um instrumento de investigação, é
uma ferramenta para a promoção do desenvolvimento humano.
Levei anos para chegar onde estou. Para montar uma
estrutura de pesquisa e atendimento. Que permite gerar conhecimento e ajudar as
pessoas. Além dos compromissos com alunos, colegas e pacientes, tenho
compromisso com entidades públicas que financiam meus projetos e a quem devo satisfações.
Você não ficaria revoltado se estivesse trabalhando embalado, se realizando e
ajudando as pessoas, e fosse coagido a interromper suas atividades em nome de
uma causa que você acha errada e atrasada?
(Novembro de 2016)
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