Eu
mesmo fico me fazendo essa pergunta. Mas não consigo deixar de usar o FaceBook
(FB) como um instrumento de expressão política. E agora começo a escrever um
blog sobre Política, cognição e comportamento. Parece ser uma coisa atávica,
uma necessidade que eu tenho. Não tenho a menor vocação pragmática para a
política. Mas sempre tive interesse por história, pelo noticiário e pelo debate
ideológico.
Esse
atavismo parece trazer mais problemas do que benefícios. Conheci algumas
pessoas interessantes através dos posicionamentos políticos no FB. Mas também
incomodei e incomodo muita gente. O povo fica irritado. Devo ter perdido alguns
amigos. Ou nem tão amigos assim...
Familiares
e amigos ficam me questionando, por que eu faço isso? Na época da campanha pelo
impeachment da Dilma, um dos poucos amigos
do PT que ainda me restavam disse que a eleição tinha acabado e que não tinha
terceiro turno... Outras pessoas falam que corro o risco de me prejudicar
seriamente. Que existe uma ditadura ideológica. Que por enquanto a ditadura
esquerdista é apenas ideológica, mas a coisa pode piorar mais ainda, tendo
conseqüências nefastas para a minha carreira, para a minha família e,
eventualmente, para minha liberdade. Agora mesmo eles estão tentando fazer uma
revolução através das invasões a escolas e universidades. Os covardes foram
enxotados do governo por incompetência e corrupção e manipulam os jovens
desinformados para implementar sua agenda. Se a revolução deles for bem
sucedida, certamente vou pro paredón.
Outra
dúvida que me ocorre é sobre a eficácia da militância no FB. Quem comunga das
minhas opiniões não precisa ser convencido e quem não compartilha dos meus
ideais, dificilmente vai se deixar convencer. Mas aí é que está. A militância
não serve pra convencer ninguém, mas sim, para que as pessoas com idéias
semelhantes se reconheçam, se organizem e se mostrem. Uma parte importante da
minha identidade é política e quando eu conheço uma pessoa, uma das primeiras
coisas que me preocupa é saber o que ela pensa sobre política. É como os
cachorros que ficam se cheirando... É preciso marcar posição, perder o medo de
ser chamado de fascista e coisa pior.
Talvez
a militância do FB seja versão conservadora da esquerda caviar. Uma espécie de
hobby... Mas o que eu vou fazer? Tenho uma vida pra tocar. Gosto de trabalhar,
de estudar, de dar aulas, de escrever... Não vou largar minha vida, que é muito
boa, para virar militante profissional. Resta-me a política como hobby. O FB
veio muito a calhar.
Considerando
essas dúvidas recorrentes que me assaltam, foi um conforto assistir à
entrevista do Prof. Olavo de Carvalho com Leandro Ruschel
(http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/15593-entrevista-de-olavo-de-carvalho-a-leandro-ruschel.html).
O cara é genial. Uma fonte inesgotável de sacações sobre o Brasil. Ajudou-me a
entender muito melhor o que anda acontecendo por aí. E também a me convencer,
definitivamente, de que é muito importante, uma verdadeira obrigação, tomar
posição contra o status quo. Principalmente na Universidade, onde existe uma
hegemonia do pensamento politicamente correto.
Quando
a Dilma ganhou a eleição, minha frustração foi muito grande. Ingenuidade minha.
Talvez como diz o Olavo, o Aécio e o PMDB nunca quiseram ganhar...Tomei a decisão
então de me manifestar diariamente no FB contra o governo e de participar
assiduamente das passeatas e manifestações que aconteçam. Levou um ano, mas a
Dilma caiu.
Agora
temos outros desafios. Os políticos safados estão querendo melar a LavaJato. A população
está atenta, vigilante. E nós estamos aqui nas redes sociais. Hoje de manhã eu
estava pensando assim: “Esse negócio de foro privilegiado acabou no Brasil. É
só uma questão de tempo. A Dilma levou um ano para cair. O foro privilegiado
pode lever seis meses, um ano... Mas o foro privilegiado está acabado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário