Essa notícia aqui é velha, do início do ano. Mas
não perdeu atualidade. A patifaria nunca envelhece no Brasil. Ela sempre se
renova. No início do ano, os advogados pagos a peso de ouro dos petralhas et
caterva divulgaram um “manifesto” contra as supostas violações dos direitos
constitucionais dos seus clientes.
Até os criminosos mais hediondo
têm direito à defesa. É para isso que servem os advogados. Esse é o pilar do
estado democrático de direito. Uma outra coisa, entretanto, é fazer fortuna
defendendo a peso de ouro criminosos notórios, Mais nojento ainda é ficar
apregoando histericamente que o direito à defesa está sendo cerceado no Brasil.
É hipocrisia pura. Esses advogados que ganham milhões defendendo criminosos
ricos e esses juízes que se aferram ao “formalismo legal” e aliviam a barra de
criminosos notórios são inimigos do estado de direito. São eles os principais
responsáveis pelo fato de a justiça não funcionar no Brasil.
Augusto Nunes matou a pau. Foi se
louvar em ninguém menos do que no Sobral Pinto, paladino dos advogados e dos
direitos humanos de verdade no Brasil.
Vale a pena reproduzir o trecho do Sobral que é citado na reportagem: “O
primeiro e mais fundamental dever do advogado é ser o juiz inicial da causa que
lhe levam para patrocinar. Incumbe-lhe, antes de tudo, examinar minuciosamente
a hipótese para ver se ela é realmente defensável em face dos preceitos da
justiça. Só depois de que eu me convenço de que a justiça está com a parte que
me procura é que me ponho à sua disposição”.
Os jovens que nunca ouviram falar
em Sobral Pinto podem dar uma olhada na Wikipedia
bem como ouvir sua principal mensagem: a defesa do estado de direito.
Sobral Pinto acertou na mosca. Quando o estado de direito não funciona, impera
a violência. A violência a que nós brasileiros somos diuturnamente submetido é
a de ver os assassinos e estupradores soltos por juízes comunistinhas em nome
dos “direitos humanos”. Mas também não deixa de ser uma violência ver juízes podres
libertando corruptos nas instâncias superiores em nome do “garantismo jurídico”.
São dois tipos de violência, uma física e a outra institucional. Duas faces da
mesma moeda. Ou seja, da falta de instituições funcionais.
Quando o Sobral ainda era vivo,
na época do Regime Militar, eu curtia demais suas entrevistas e seu engajamento
pela democracia. Fico imaginando ocomo ele, o “homem que não se vendia”
julgaria a esses advogados que se vendem a peso de ouro, que não estão nem aí para a origem criminosa dos seus honorários e que, ainda por cima, têm
a petulância de vir nos dar lições de democracia.
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