sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Conto do vigário acadêmico internacional



A vida é muito engraçada mesmo. Eu estava justamente falando sobre o conto do vigário hoje. Estava dizendo que o conto do vigário é passado nos otários espertos. As vítimas do conto do vigário são justamente aqueles que se julgam espertos e querem tirar algum tipo de vantagem com pouco esforço.

Há uns poucos dias eu recebi um email não solicitado de uma tal WANA – Worldwide Association of Notable Alumni. A mensagem dizia que eu estava sendo convidado para fazer parte de uma associação de ex-alunos notáveis da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.


O bobo aqui caiu na história. Eu respondi pros caras e hoje recebi um telefonema. Uma dona toda pomposa me ligou dizendo que queria fazer uma entrevista comigo para ver se eu preenchia os pré-requisitos para entrar em uma associação de tão notáveis pesquisadores.

Ela me fez uma série de perguntas sobre a minha formação, minha carreira, minhas linhas de pesquisa, meus planos e meu interesse em entrar para essa tal associação. Eu respondi tudo como se fosse coisa séria. Achei que tinha virado importante.

No final ela me falou que a minha candidatura tinha boas chances, mas que a decisão era do board. E que para pertencer ao negócio eu teria que pagar uma taxa de quatrocentos dólares por quatro anos ou trezentos dólares por três anos.

Eu falei pra ela então que, se precisasse pagar eu não estaria interessado. Daí ela me disse que no meu caso daria pra fazer por noventa e nove dólares por um ano. Como eu falei que nem assim tinha interesse, ela me disse bye bye.

Fui então fazer o que deveria ter feito antes: O troço é um golpe. Os caras são refinados. Eles conhecem o mundo acadêmico direitinho. Ou pelo menos sabem principal: A vaidade move a academia e seus personagens. Vou continuar mexendo com o ResearchGate, que é honesto e de graça.

Take home message: Não são apenas os espertos que caem no conto do vigário, os vaidosos também.
 

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