domingo, 22 de janeiro de 2017

EIS QUE, MAIS UMA VEZ, A EUROPA SE CURVA PERANTE O BRASIL



Essa é uma história antiga,.. de 2008. Mas permance mais atual do que nunca. Parece que uma estudante de direito da UFRJ ganhou um concurso de redação da UNESCO com 50.000 participantes.


 O tema da redação era ‘Como vencer a pobreza e a desigualdade’ e o nome da moça é Clarice Zeitel Vianna Silva. Parabéns para a Clarice. Fico feliz que ela tenha ido nos representar lá na Europa e que mais uma vez essa se curvou perante o brilhantismo brasileiro. Parabéns para a UNESCO, que reconheceu o mértido de uma brasileira.


Abaixo reproduzo a redação. Depois faço uns comentariozinhos maldosos. 


 PÁTRIA MADRASTA VIL

Clarice Zeitel Vianna Silva

Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência… Exagero de escassez… Contraditórios?? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.

Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, aabundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez deresponsabilidade.

O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.

Há quem diga que ‘dos filhos deste solo és mãe gentil.’, mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil  está mais para madrasta vil.

A minha mãe não ‘tapa o sol com a peneira’. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica. E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse queme restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação +liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta,por fim, igualdade. Uma segue a outra… Sem nenhuma contradição!

É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias,que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!

A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância quenão sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.

Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média ealta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão quefazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)… Mas estão elas preparadas para isso?

Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita dedentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.

Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve umamãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não seposiciona?

Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente,a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos…

Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas.Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou deuma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente… Ou como bicho?


COMENTÁRIOS MALDOSOS

Acho que a redação merecia mesmo ganhar o primeiro prêmio da UNESCO. Em primeiro lugar porque esse texto coroa o trabalho de décadas da UNESCO. A UNESCO é um organismo internacional que há anos vem esculhambando com a educação no mundo. Aquilo lá é um cabide de emprego para comunistas que foam banidos dos governos dos seus países pelas eleições. Eles não fazem outra coisa que não seja programar e implantar uma agenda marxista-cultural para a educação. E, é preciso adminitir, eles estão tendo um sucesso enorme. Qual é a prova disso? Basta ver o título sugerido para a redação. O título é totalmente enviesado do ponto de vista político. Cria um frame sugerindo que a pobreza é causada pela desigualdade. E todos os panacas saem por aí adoidados fazendo redações a partir dessa visão unilateral da economia.

Em segundo lugar, a moça merece o prêmio porque parece realmente ser um espécime representativo da geração criada e ideologicamente cevada por mais de um década de petralhismo. O título da redação da UNESCO é igual ao título das redações do ENEM. Será isso uma coincidência? A moça só conseguiu vencer porque estudou para o ENEM, aprendeu o modelito e até conseguiu entrar na UFRJ de tão boa que ficou no negócio. Não surpreende que tenha abafado na UNESCO. 

Além da questão da desigualdade como causa da pobreza, o título enviesa a discussão no sentido de que parece exigir um texto argumentativo no qual se apresente um problema, se faça um diagnóstico e, finalmente, se apresente alguma tipo de solução, geralmente através de alguma forma de intervenção estatal. O roteiro é por demais conhecido da mentalidade socialista.

O que me surpreende, entretanto, é que a moça tenha ganhado o concurso sem apresentar nenhum argumento. O texto dela é todo impressionista, emocionalmente apelativo. Parece poesia de má qualidade. 

Eu posso estar errado. Mas penso que o título da redação exigia um texto argumentativo. Um argumento é uma estrutura discursiva composta por uma ou mais premissas logicamente conectadas a uma ou mais conseqüências. Quando se monta ou analisa um argumento é importante considerar um referencial conceitual e factual prévio que imprima significado ou veracidade às premissas, a conexão lógica entre as premissas e as conseqüências, as condições limitantes à validade do argumento e os argumentos contrários. 

Ela não fez nada disso e ganhou o primeiro prêmio. Lá pelas tantas a moça parte do pressuposto de que a liberdade é uma condição antecedente e talvez necessária para a igualdade: “A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta,por fim, igualdade”. Parece jamais ter passado pela cabeça dela que existe um argumento contrário, segundo o qual liberdade e igualdade são valores contraditórios e que a igualdade somente se realiza às custasd a liberdade... Belo exemplo de argumentação.

Acho que o prêmio foi mesmo merecido. A moça e a UNESCO se merecem.


SERÁ QUE É VERDADE MESMO?

Ou então o negócio não passou de uma pegadinha. A linguagem é tão ruim, os erros tão grosseiros, o conteúdo tão estereoptipado que só pode ser uma brincadeira de péssimo gosto. Pode ter sido mais uma obra daquele famoso jurista o Dr. Tomás Turbando. Fui conferir o lance.

Infelizmente, não é piada não. Está tudo lá no site da UNESCO. Os caras publicaram um livro com as 100 melhores redações

Depois disso, parece que a moça não apenas se formou, mas fez concurso público e virou promotora de jusiça. Talvez esteja soltando algum bandido por aí, que seja "vítima da sociedade". Deve estar tendo oportunidades diárias de colocar em prática seu ideário de "justiça social" esboçado na redação da UNESCO.

A internet não perdoa. Ela não tem rancor, mas guarda tudo. Tá tudo na internet. É só ter paciência de procuar.




Nenhum comentário:

Postar um comentário